Novo recorde

Fechamento: Ibovespa bate recorde histórico e fecha semana em alta, mas payroll dos EUA preocupa mercados globais

Índice brasileiro atinge maior nível de fechamento da história, enquanto Wall Street recua com sinal de fraqueza no mercado de trabalho americano.

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Fechamento: Ibovespa bate recorde histórico e fecha semana em alta, mas payroll dos EUA preocupa mercados globais
  • Ibovespa fechou em 142.640 pontos, novo recorde histórico de encerramento.
  • Payroll fraco aumentou chance de corte de juros pelo Fed, mas gerou receio de recessão nos EUA.
  • Ações de Magazine Luiza, Ultrapar, bancos e Vale lideraram altas, enquanto Petrobras e PRIO caíram.

O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (5) com alta de 1,17%, aos 142.640,14 pontos, estabelecendo o maior patamar de fechamento da história e superando a marca anterior de agosto (141.422,26 pontos). Durante o pregão, o índice chegou a cravar nova máxima intraday, ultrapassando os 143 mil pontos pela primeira vez. Com isso, o índice acumula 0,86% de ganho na semana, a quinta consecutiva no positivo.

Enquanto o mercado brasileiro comemorava, os índices em Nova York fecharam no vermelho após a divulgação de um payroll fraco em agosto. O dado reforçou a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve, mas acendeu sinais de alerta sobre a saúde da economia dos EUA.

Impactos do payroll nos EUA

O payroll mostrou criação de vagas bem abaixo do esperado, levantando preocupações sobre uma possível desaceleração mais forte da economia americana. O relatório, considerado crucial para o Fed, elevou a probabilidade de corte de juros em setembro para 100%, segundo a ferramenta CME FedWatch.

Inicialmente, os índices de Wall Street reagiram com otimismo à perspectiva de alívio monetário, mas logo inverteram o sinal.

Investidores interpretaram que, embora os cortes estejam cada vez mais próximos, a fraqueza do mercado de trabalho pode sinalizar riscos de recessão.

Brasil em festa: dólar cai e DIs recuam

No Brasil, o clima foi oposto. O dólar comercial recuou 0,63%, a R$ 5,413, marcando a terceira queda seguida, enquanto os juros futuros (DIs) caíram por toda a curva. A combinação de perspectiva de cortes nos EUA e resiliência local trouxe novo fôlego para o mercado doméstico.

Relatório da XP Investimentos reforçou que, apesar da desaceleração da atividade, a economia brasileira deve seguir em crescimento moderado em 2025 e 2026.

Além disso, os dados da balança comercial mostraram menor dependência das exportações aos EUA, com destaque para as compras recordes da China.

Empresas em destaque no pregão

  • Vale (VALE3): +0,92%, apoiada em semana positiva para o minério de ferro.
  • Bancos: ganhos generalizados, com destaque para o Banco do Brasil (BBAS3), que disparou 3,57%.
  • Magazine Luiza (MGLU3): salto de 7,17%, chegando à máxima do dia.
  • WEG (WEGE3): alta de 1,61%, após relatório positivo da XP.
  • Ultrapar (UGPA3): +6,59%, refletindo anúncio de novo programa do governo federal.
  • Petrobras (PETR4): queda de 1,51%, acompanhada por PRIO (PRIO3), -2,06%, diante do recuo do petróleo internacional.
  • BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): perdas de 0,65% e 1,63%, apesar da aprovação da fusão pelo Cade.

O que esperar da próxima semana

A euforia pode ser testada rapidamente. O calendário econômico será carregado: no Brasil, saem o IPCA (quarta, 10), dados do varejo (quinta) e de serviços (sexta).

No cenário político, o mercado acompanha a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, com decisão esperada até sexta-feira.

Nos EUA, a divulgação do CPI de agosto (quinta) será determinante para calibrar as apostas sobre o tamanho e a velocidade dos cortes de juros do Fed.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.