Leve queda

Fechamento: Ibovespa cai com novas sanções dos EUA, mas Vale e Petrobras aliviam queda

Mercado reage à pressão diplomática, mas ações de gigantes seguram o índice no vermelho moderado.

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Fechamento: Ibovespa cai com novas sanções dos EUA, mas Vale e Petrobras aliviam queda
  • EUA ampliam sanções contra autoridades brasileiras, aumentando tensão diplomática.
  • Vale e Petrobras sustentam o Ibovespa, que fechou em queda moderada de 0,52%.
  • Cosan derrete quase 20%, enquanto Embraer dispara com encomenda da Latam.

O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (22) em queda de 0,52%, aos 145.109,25 pontos, após semana de ganhos expressivos. O dólar subiu 0,33%, a R$ 5,34, enquanto os juros futuros avançaram em toda a curva.

O clima de tensão veio das novas sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) conseguiram avançar, evitando uma queda mais brusca do índice.

Sanções elevam tensão entre Brasil e EUA

O governo americano voltou a ampliar punições contra autoridades brasileiras. Entre as medidas, revogou o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e incluiu a família do ministro do STF Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky.

A reação brasileira foi imediata. O STF e a AGU divulgaram notas de repúdio, classificando as ações como unilaterais e incompatíveis com a tradição diplomática entre os dois países. Washington, por sua vez, ironizou a situação ao associar Moraes e sua esposa ao casal criminoso “Bonnie e Clyde”.

Além disso, a Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo por coação no curso do processo, já que ambos atuam nos EUA pedindo a aplicação das sanções contra o Brasil.

Pressão política e reações internas

No plano doméstico, as sanções coincidiram com uma onda de manifestações em várias capitais brasileiras contra a chamada PEC da Blindagem e contra anistia a golpistas. Artistas, movimentos sociais e população em geral se mobilizaram em protestos que reforçaram a pressão sobre o Congresso.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, tentou acalmar os ânimos ao defender que a Casa priorize pautas econômicas, como a isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. No entanto, analistas lembram que a volatilidade política segue pesando sobre os mercados.

Em paralelo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou em evento do BTG Pactual que o Brasil deve registrar o melhor PIB médio dos últimos 12 anos e inflação controlada. Parte do mercado recebeu com cautela o otimismo do governo, mas bancos internacionais destacaram que há exagero no medo fiscal.

Vale, Petrobras e Cosan movimentam a Bolsa

Apesar da pressão política, duas gigantes seguraram a queda do Ibovespa. As ações da Petrobras (PETR4) subiram 1%, enquanto Vale (VALE3) avançou 0,14%. A mineradora foi favorecida por revisões positivas de bancos que veem espaço para dividendos e recompra de ações.

A Embraer (EMBR3) também brilhou, com alta de 4,63% após confirmar nova encomenda bilionária da Latam. Já a Cosan (CSAN3) despencou 19,07% após anunciar um aporte de R$ 10 bilhões, medida vista como dilutiva para minoritários.

O desempenho dos bancos, por outro lado, pesou negativamente. Itaú (ITUB4) caiu 1,44% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,51%, em meio às preocupações de que o setor possa ser atingido por desdobramentos da Lei Magnitsky.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.