
- Ibovespa caiu 0,41% puxado por bancos e Petrobras
- Lula e Trump conversaram, e dólar recuou 0,49%
- Wall Street fechou mista, com tecnologia e IA em alta
O Ibovespa iniciou a semana em queda, pressionado por bancos e pela Petrobras (PETR3; PETR4), mesmo em um dia marcado pela conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O encontro virtual reduziu parte da tensão no câmbio, mas não foi suficiente para segurar a bolsa.
O índice fechou em baixa de 0,41%, aos 143.608,08 pontos, com volume financeiro de R$ 16,6 bilhões. Enquanto isso, em Nova York, as bolsas encerraram sem direção única, refletindo o prolongado shutdown nos EUA.
Desempenho em São Paulo
As ações da Petrobras recuaram na contramão do petróleo, com queda de 0,90% nas preferenciais (R$ 30,72) e de 0,57% nas ordinárias (R$ 32,88). Já a Vale (VALE3) subiu 1,71%, a R$ 59,59, oferecendo algum suporte ao índice.
Entre os bancos, a pressão foi negativa, reforçando o movimento de baixa do mercado. O giro fraco também refletiu a falta de novidades no cenário interno, com investidores de olho no ambiente político.
O câmbio trouxe algum alívio: o dólar à vista caiu 0,49%, a R$ 5,3107, depois do diálogo entre Lula e Trump, em que o brasileiro pediu a revisão de tarifas e sanções.
Reflexos da política
Segundo fontes do mercado, Lula apresentou dados da balança comercial brasileira durante a ligação, reforçando o superávit nas trocas com os EUA. O presidente, no entanto, evitou mencionar a condenação de Jair Bolsonaro, tema sensível nas relações diplomáticas.
A sinalização de um possível avanço nas negociações gerou alívio temporário, mas não impediu o pessimismo sobre a bolsa. Para analistas, o episódio mostra como o ambiente político segue pesando sobre os ativos brasileiros.
A expectativa é de novas rodadas de conversas nas próximas semanas, especialmente sobre o tarifaço americano que afeta exportações brasileiras.
Wall Street e tecnologia
Em Nova York, os índices fecharam mistos. O Dow Jones recuou 0,14% (46.694,97 pontos), enquanto o S&P 500 avançou 0,36% (6.740,28 pontos) e o Nasdaq subiu 0,71% (22.941,67 pontos).
O destaque foi o setor de tecnologia, especialmente empresas ligadas à inteligência artificial (IA), que puxaram os ganhos no mercado americano. A alta compensou a agenda econômica fraca e a indefinição causada pela paralisia do governo federal.
A leitura dos investidores é que o segmento de tecnologia segue como motor de crescimento, em contraste com setores mais tradicionais que mostraram fraqueza no pregão.