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Fechamento: Ibovespa crava 4ª alta seguida com Eletrobras disparando e Petrobras firme

Ganhos de Vale, bancos e estatais impulsionam o índice, enquanto Trump amplia tensão com tarifa sobre chips e semicondutores.

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Fechamento: Ibovespa crava 4ª alta seguida com Eletrobras disparando e Petrobras firme
  • Eletrobras lidera ganhos com alta de 9,47% após balanço e dividendos.
  • Discurso de Trump sobre tarifas afeta humor global, mas não freia Ibovespa.
  • Petrobras, Vale e bancos reforçam recuperação do índice.

O Ibovespa encerrou a quinta-feira (7) com alta de 1,48%, aos 136.527,61 pontos, acumulando a quarta valorização consecutiva. Foi a primeira vez desde maio que o principal índice da B3 emplacou uma sequência tão longa de ganhos, voltando a superar os 136 mil pontos.

O movimento positivo foi reforçado por um cenário de recuperação gradual do real, que registrou sua quinta valorização seguida frente ao dólar comercial, cotado a R$ 5,423 após queda de 0,74%. Ao mesmo tempo, os juros futuros recuaram ao longo de toda a curva, após abrirem em alta.

Tensões externas e tarifas de Trump

Apesar do bom desempenho interno, o cenário internacional seguiu marcado por incertezas. Nos Estados Unidos, Donald Trump anunciou que pretende aplicar tarifas elevadas sobre chips e semicondutores importados. Segundo ele, empresas que produzirem em território americano estarão isentas das cobranças, o que foi visto por analistas como pressão direta sobre cadeias de produção globais.

A medida fez os índices de Wall Street fecharem mistos, interrompendo parte da recuperação do pregão anterior. A política comercial mais dura também impacta países como o Brasil e a Índia, ambos na lista de nações afetadas.

O governo indiano, que receberá o presidente Lula no início de 2026, já sinalizou preocupação. Enquanto isso, na Europa, os mercados tiveram desempenho positivo, exceto Londres, onde o Bank of England cortou a taxa de juros para 4% ao ano, em decisão apertada.

Eletrobras brilha e Petrobras segura alta

No pregão brasileiro, os balanços corporativos foram o principal combustível para os ganhos. A estrela do dia foi a Eletrobras (ELET3), que disparou 9,47% após divulgação de resultados e anúncio de dividendos, tornando-se a ação mais negociada do dia.

Ademais, a Petrobras (PETR4) também registrou avanço, com alta de 0,56%, mesmo diante de nova queda no preço internacional do petróleo. A divulgação do balanço do 2º trimestre de 2025 manteve os investidores atentos.

Por fim, outros destaques incluíram a Rede D’Or (RDOR3), que subiu 4,42% após mostrar avanço em eficiência operacional, e a Suzano (SUZB3), que disparou 4,88% com balanço sólido e notícias positivas no setor. A Copel (CPLE6) ganhou 2,23% com lucro acima de 20% no trimestre.

Vale e bancos reforçam o movimento

A Vale (VALE3) contribuiu para a alta com avanço de 0,63%, beneficiada por expectativas ligadas ao mercado de minério. No setor financeiro, a maioria dos grandes bancos fechou acima de 1%, com exceção do Bradesco (BBDC4), que subiu 0,77%.

Entre as empresas de consumo, a Localiza (RENT3) avançou 0,71% após estimativa de impacto positivo de R$ 1 bilhão em balanço por alívio no IPI. No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) reverteu perdas e fechou com alta de 1,09%, enquanto Lojas Renner (LREN3) subiu 1,52%.

Na ponta negativa, a Braskem (BRKM5) caiu 1,53% com resultados aquém do esperado. A Totvs (TOTS3) recuou 2,86%, mesmo com lucro acima das projeções, e a CBA (CBAV3) desabou 18,44% após paradas inesperadas. A C&A (CEAB3) também teve queda acentuada de 8,37%.

Expectativas para o próximo pregão

Com uma semana marcada por forte agenda de balanços, os investidores se preparam para a sexta-feira de olho em novas divulgações corporativas. Apesar de não haver indicadores econômicos relevantes na agenda, a movimentação externa segue como fator de atenção.

Além disso, as declarações de Trump sobre tarifas continuarão no radar, assim como as repercussões nos mercados emergentes.

Por fim, analistas destacam que a sequência de altas do Ibovespa reforça a resiliência do mercado brasileiro, mas alertam que a volatilidade externa pode testar essa força nos próximos pregões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.