Fechamento: Ibovespa crava novo recorde histórico e fecha semana em alta; Vale sustenta, Petrobras trava

• Ibovespa fecha no maior nível da história, com 145.865 pontos e nova máxima intraday de 146.398 pontos.
• Fed impulsiona otimismo global, enquanto Brasília é dominada pelo debate sobre a anistia.
• Vale e bancos puxam ganhos, mas Petrobras e WEG limitam a alta.

O Ibovespa encerrou a sexta-feira (19) em alta de 0,25%, aos 145.865,11 pontos, marcando o maior fechamento da história. O índice chegou a renovar sua máxima intraday, alcançando 146.398,76 pontos, superando o recorde anterior de quarta-feira.

Com o avanço, a semana terminou positiva em 2,53%, a melhor em cinco semanas. A valorização veio mesmo com o dólar comercial subindo levemente para R$ 5,32 e os juros futuros (DIs) fechando em alta por toda a curva.

Wall Street e efeito Fed

O clima otimista não foi exclusivo do Brasil. Em Wall Street, os principais índices também avançaram após o Federal Reserve confirmar o primeiro corte de juros do ano. A decisão seguiu dando sustentação ao apetite por risco.

Além disso, investidores repercutiram a conversa entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, que discutiram temas estratégicos, incluindo o futuro do TikTok. Ficou marcado um encontro presencial na cúpula da APEC na Coreia do Sul.

Analistas avaliam que o mercado está sendo guiado por números consistentes. Para Aswath Damodaran, professor da Universidade de Nova York, não se trata apenas das Big Techs, mas de uma alta coletiva das ações.

Política brasileira e o PL da Anistia

Enquanto isso, em Brasília, o projeto da anistia aos condenados por 8 de janeiro dominou o Congresso. O relator, Paulinho da Força, afirmou que não haverá anistia irrestrita, mas apenas redução de penas. A votação deve ocorrer na próxima semana.

A oposição, liderada pelo PL de Jair Bolsonaro, mantém resistência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também entrou na disputa política, criticando a postura dos parlamentares e afirmando que a maioria age sem atenção ao povo.

A incerteza política gera ruído, mas não foi suficiente para frear o apetite do mercado, sustentado pelo cenário externo mais favorável.

Vale segura, Petrobras pesa

Na bolsa, a Vale (VALE3) ajudou a sustentar o índice, com alta de 0,40%, enquanto a Petrobras (PETR4) recuou 0,98% em dia de petróleo em queda no mercado internacional.

Entre os bancos, Itaú (ITUB4) avançou 1,33%, Bradesco (BBDC4) subiu 1,78%, mas o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,17%, ainda pressionado pela inadimplência no agronegócio.

No destaque positivo, Natura (NATU3) disparou mais de 16% após a venda da Avon International. Do lado das perdas, WEG (WEGE3) recuou 1,03%, aprofundando a queda no ano.