Bolsa em queda

Fechamento: Ibovespa desaba com temor fiscal e pressões externas; Vale e Petrobras puxam queda

Bolsa fecha em queda e dólar recua, com investidores reagindo à piora fiscal, dados mistos do IBC-Br e tensões comerciais entre EUA e China.

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Fechamento: Ibovespa desaba com temor fiscal e pressões externas; Vale e Petrobras puxam queda
  • Ibovespa fecha em queda de 0,28%, pressionado por temor fiscal e commodities em baixa.
  • IBC-Br sobe 0,4% em agosto, mas resultado vem abaixo do esperado pelo mercado.
  • Vale e Petrobras puxam perdas, enquanto bancos e WEG limitam a queda da Bolsa.

O Ibovespa encerrou a quinta-feira (16) em queda de 0,28%, aos 142.200 pontos, após uma sessão marcada por volatilidade e pressões externas. O índice oscilou entre ganhos leves e perdas moderadas, sem força para sustentar o otimismo.

O cenário global adverso e o temor fiscal no Brasil pesaram sobre os ativos. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) lideraram as quedas, enquanto o dólar encerrou a sessão em baixa de 0,36%, a R$ 5,44, com os juros futuros mostrando leve alta na parte longa da curva.

IBC-Br positivo, mas abaixo das expectativas

O IBC-Br, prévia do PIB calculada pelo Banco Central, mostrou alta de 0,4% em agosto, interrompendo três meses consecutivos de queda. No entanto, o avanço ficou abaixo da expectativa de 0,7% prevista pelo mercado.

Para os economistas da XP, o dado reforça que a atividade doméstica está desacelerando. “O crescimento da renda ajuda a amortecer o impacto no curto prazo, mas as condições de crédito continuam restritivas”, destacaram em relatório.

Apesar da leitura positiva, o número não foi suficiente para animar investidores. A percepção é de que o BC manterá postura conservadora, especialmente com a inflação acima da meta e o risco fiscal ainda sem solução.

Selic, Haddad e a tensão política

O otimismo do governo não se traduziu em melhora no humor do mercado. O ministro Fernando Haddad disse em Washington que mantém confiança no diálogo com os EUA e aguarda o presidente Lula para discutir alternativas fiscais, após o travamento da MP do IOF no Congresso.

Enquanto isso, o STF começa a julgar o mérito da desoneração da folha de 17 setores, tema que pode definir bilhões em receitas. Caso o Supremo reverta a medida, o governo ganha fôlego, mas o mercado teme efeitos inflacionários e impacto no emprego.

Para analistas, o cenário de incerteza segue pressionando os ativos. “O IBC-Br mostra desaceleração, mas ainda não há clareza sobre o tamanho do ajuste fiscal necessário”, avalia Patrick Buss, da Manchester Investimentos.

Wall Street e commodities pesam

Nos EUA, os índices acionários também fecharam no vermelho, com temores de crédito bancário e nova tensão com a China. O Dow Jones e o S&P 500 recuaram, enquanto o ouro renovou recorde histórico, superando US$ 4,3 mil por onça.

A fraqueza global contaminou as commodities. O minério de ferro caiu na China, derrubando Vale (-0,92%), e o petróleo recuou novamente, pressionando Petrobras (-1,01%).

Em contrapartida, WEG (WEGE3) subiu 2,7% após adquirir 54% da Tupinambá Energia, e Bradesco (BBDC4) avançou 1,15%, ajudando a limitar as perdas do índice. Ainda assim, o pregão terminou em clima de cautela, com investidores aguardando os próximos sinais do governo e do cenário externo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.