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Fechamento: Ibovespa desaba com Trump e dólar dispara: entenda o impacto no seu bolso

Bolsa tem pior queda em mais de um mês com nova ofensiva tarifária de Trump contra o Brics; dólar sobe mais de 1% e só frigoríficos escapam da sangria.

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Fechamento: Ibovespa desaba com Trump e dólar dispara: entenda o impacto no seu bolso
  • Trump ameaça o Brics com tarifas e Ibovespa tem queda expressiva de 1,26%
  • Dólar dispara e fecha a R$ 5,48; investidores correm para ativos de segurança
  • Frigoríficos como BRF e Marfrig sobem forte e se destacam entre as poucas altas

O Ibovespa caiu 1,26% nesta segunda-feira (7), aos 139.489 pontos, após declarações agressivas de Donald Trump sobre tarifas comerciais contra o Brics. O dólar disparou 1,04%, atingindo R$ 5,48, em meio à fuga de investidores para ativos considerados mais seguros.

Mesmo com deflação em junho e queda nas projeções de inflação, o mercado ignorou os dados positivos do Brasil. A insegurança provocada pela política externa dos EUA se impôs, ampliando o sentimento de cautela global e derrubando os ativos de risco.

Nova ofensiva comercial de Trump

Desta vez, Trump anunciou tarifas de 25% sobre as importações do Japão e da Coreia do Sul a partir de 1º de agosto. Além disso, afirmou que países alinhados ao Brics poderão sofrer um acréscimo de 10% nas tarifas caso mantenham, segundo ele, “políticas antiamericanas”.

Como resposta, o Brasil considerou a fala uma demonstração da relevância internacional do bloco. Por outro lado, a China se manifestou de forma mais contundente, rejeitando o uso de tarifas como arma de coerção política e econômica.

Enquanto isso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que 18 países receberão cartas comerciais nos próximos dias. Embora o governo tenha sinalizado possíveis acordos, o tom geral continua a gerar instabilidade.

Portanto, mesmo com sinais diplomáticos mais amenos por parte de outros membros do governo americano, o mercado seguiu operando em clima de tensão.

Dados positivos são ignorados

Ainda que o IGP-DI tenha mostrado deflação de 1,80% em junho, e o Boletim Focus tenha reduzido a projeção do IPCA pela sexta semana consecutiva, os investidores mal reagiram. A insegurança externa pesou muito mais.

A Vale (VALE3) recuou 1,47%, acompanhando a queda no preço do minério de ferro. Embora o petróleo tenha subido, a Petrobras (PETR4) caiu 0,19%. Outras petroleiras também sofreram: PRIO (PRIO3) perdeu 1,93% e Brava (BRAV3) caiu 1,61%.

Entre os bancos, o cenário foi semelhante. O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,65%, apesar de anunciar expansão do crédito agro. Bradesco (BBDC4) cedeu 0,96%, e Eletrobras (ELET3) caiu 2,10%, mesmo com elevação de preço-alvo e recomendação de compra.

Além disso, empresas ligadas ao consumo interno também recuaram, afetadas por uma combinação de juros futuros em alta e clima externo desfavorável.

Frigoríficos lideram entre poucas altas

Apesar do tombo do Ibovespa, os frigoríficos foram destaque positivo. A BRF (BRFS3) disparou 9,37% e a Marfrig (MRFG3) subiu 4,09%, enquanto a Minerva (BEEF3) teve leve alta de 1,16%. O motivo foi o dólar elevado e a expectativa de demanda externa aquecida.

Dado o cenário de tensão geopolítica, empresas exportadoras tendem a atrair os investidores. Isso explica o movimento favorável ao setor de carnes, que pode se beneficiar com possíveis mudanças nas rotas comerciais.

Adicionalmente, o fato de os EUA ameaçarem países do Brics pode abrir oportunidades para o Brasil em determinados mercados. Com isso, frigoríficos aparecem como proteção estratégica.

A depender dos próximos pronunciamentos de Trump, o mercado poderá experimentar ainda mais volatilidade. Portanto, os investidores seguem atentos a qualquer nova escalada na guerra comercial.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.