Bolsa em baixa

Fechamento: Ibovespa desaba e vive pior tombo em mais de um mês; Petrobras é exceção

Bolsa brasileira caiu 1,57% em meio ao temor fiscal, dólar em alta e juros pressionados.

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Fechamento: Ibovespa desaba e vive pior tombo em mais de um mês; Petrobras é exceção
  • Ibovespa caiu 1,57%, pior perda desde agosto.
  • Temor fiscal e tarifa zero de Haddad ampliaram a turbulência.
  • Petrobras subiu, mas maioria das ações despencou.

O Ibovespa caiu 1,57% nesta terça-feira (7) e fechou aos 141.356,43 pontos, registrando a maior perda diária desde agosto. O recuo, de 2.251 pontos, mostra a força do pessimismo no mercado financeiro.

A aversão ao risco foi ampliada pelas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reforçou a intenção de adotar a tarifa zero no transporte público como bandeira do governo em 2026. O receio fiscal somou-se ao dólar em alta e à escalada dos juros futuros.

Temor fiscal amplia a turbulência

A proposta de Haddad elevou preocupações sobre gastos públicos em um momento de forte restrição orçamentária. Estimativas indicam que a medida poderia gerar impacto de até R$ 100 bilhões ao ano.

O mercado reagiu com cautela, e os juros futuros subiram em toda a curva. Além disso, Haddad classificou a Selic como “excessivamente restritiva”, o que reforçou o embate com o Banco Central.

Para analistas, o Brasil só voltará a atrair confiança se houver ajuste fiscal consistente, reduzindo a percepção de risco sobre a dívida pública.

Pressão internacional pesou no pregão

Nos Estados Unidos, os índices de Nova York também fecharam no vermelho. Um relatório do Federal Reserve mostrou aumento nas expectativas de desemprego e inflação, o que aumentou a tensão dos investidores.

A paralisação parcial do governo americano adicionou incertezas, enquanto a crise política na França manteve a Europa instável. Esse conjunto de fatores reforçou a aversão ao risco global.

Com isso, o Brasil acabou sofrendo mais por causa da fragilidade interna, tornando o tombo do Ibovespa ainda mais acentuado.

Petrobras resiste, mas quedas dominam

Mesmo em meio ao tombo, Petrobras (PETR4) subiu 0,36%, apoiada na estabilidade do petróleo. Outras poucas exceções foram Minerva (BEEF3), em alta de 1,21%, e WEG (WEGE3), com avanço de 0,14%.

Ademais, na ponta negativa, MRV (MRVE3) despencou 12,12% após prévia operacional fraca. Vale (VALE3) recuou 1,41%, e os grandes bancos perderam força, com Itaú Unibanco (ITUB4) em baixa de 1,59% e Banco do Brasil (BBAS3) em queda de 0,93%.

Por fim, o setor de varejo foi o mais atingido, com Lojas Renner (LREN3) caindo 5,70% e Azza (AZZA3) recuando 5,69%. Apenas oito ações do índice fecharam no positivo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.