Sextou em queda

Fechamento: Ibovespa despenca com temor fiscal e nova ofensiva de Trump contra a China

Bolsa fecha em queda de 0,73%, dólar dispara a R$ 5,50 e semana termina negativa com aversão global a risco.

Apoio

Fechamento: Ibovespa despenca com temor fiscal e nova ofensiva de Trump contra a China
  • Ibovespa cai 0,73% e encerra a semana com perda de 2,44%
  • Dólar dispara a R$ 5,50, maior nível em um mês, com temor fiscal
  • Trump ameaça tarifas contra a China e provoca tombo nas bolsas globais

O Ibovespa caiu 0,73% nesta sexta-feira (10), fechando aos 140.680 pontos. A queda refletiu temores fiscais no Brasil e o mau humor dos mercados internacionais após novas ameaças tarifárias de Donald Trump à China. O volume financeiro somou R$ 22,9 bilhões.

A semana foi marcada por forte volatilidade e incerteza fiscal, com o governo tentando conter o desgaste político após a derrota da MP 1.303. No acumulado semanal, o principal índice da B3 caiu 2,44%, enquanto o dólar comercial avançou 2,38%, fechando em R$ 5,50, maior cotação em um mês.

Bolsas caem com novas ameaças de Trump

O tombo dos mercados começou em Wall Street, onde os índices Dow Jones (-1,90%), S&P 500 (-2,71%) e Nasdaq (-3,56%) fecharam em forte queda. Investidores reagiram mal à declaração de Donald Trump, que afirmou avaliar um aumento massivo das tarifas sobre importações chinesas. Ele também cancelou uma reunião prevista com o presidente Xi Jinping.

Trump acusou Pequim de agir de forma “hostil” ao restringir exportações de terras raras, recursos essenciais para a indústria de tecnologia e defesa. O episódio derrubou as bolsas e elevou o clima de aversão ao risco, atingindo moedas emergentes e derrubando commodities.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas globais, caiu 0,60%. Mesmo assim, a moeda norte-americana disparou no Brasil, reforçando a fuga de capital estrangeiro.

Temor fiscal volta ao centro das atenções

IInternamente, os investidores reagiram à reportagem do Estadão. Ela revelou estudo sobre um “pacote de medidas” de até R$ 100 bilhões para 2026, sem fontes claras de financiamento. O plano inclui ampliar a faixa de isenção do IR, oferecer subsídios na conta de luz e reforçar auxílios sociais. Essas medidas acenderam o alerta sobre o equilíbrio fiscal.

Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e a inclusão social, tentando conter o impacto negativo no mercado. Ainda assim, analistas apontam que o discurso não foi suficiente para reverter a percepção de risco.

A incerteza sobre como compensar a perda de arrecadação da MP 1.303 levou à alta dos juros futuros. O DI para 2027 subiu 10 pontos-base, refletindo maior risco fiscal.

Setores e índices sofrem com o ambiente externo

Entre os índices da B3, o SMLL (Small Caps) caiu 0,67%, o BDRX (BDRs) recuou 0,89%, e o IFIX, dos fundos imobiliários, teve leve alta de 0,11%. No mês, o Ibovespa acumula queda de 3,8%, mas ainda mostra ganho de 16,9% em 2025.

Ademais, no câmbio, o dólar turismo fechou vendido a R$ 5,59 e comprado a R$ 5,42. O euro comercial terminou cotado a R$ 5,98, enquanto o peso argentino manteve forte volatilidade após o anúncio de novo swap cambial de US$ 20 bilhões entre EUA e Argentina.

Por fim, o cenário global segue de cautela, com investidores ajustando posições antes da próxima reunião do Federal Reserve (Fed) e monitorando a escalada política entre Washington e Pequim.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.