Mercados agitados

Fechamento: Ibovespa despenca e dólar sobe a R$ 5,59 com tarifaço de Trump no radar

Bolsa luta para manter os 132 mil pontos em meio ao impasse comercial com os EUA; dólar fecha no maior valor em quase dois meses.

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Fechamento: Ibovespa despenca e dólar sobe a R$ 5,59 com tarifaço de Trump no radar
  • Ibovespa recua 1,04% e fecha nos 132 mil pontos com temor sobre tarifas dos EUA contra produtos brasileiros.
  • Dólar sobe a R$ 5,59, no maior valor desde junho, com investidores em modo defensivo e sem sinal de trégua diplomática.
  • Governo Lula lança plano emergencial com mais de 30 medidas para conter impactos, mas mercado ainda vê cenário desfavorável.

O Ibovespa iniciou a semana em queda, pressionado por temores crescentes com a aproximação do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil. O índice recuou 1,04% nesta segunda-feira (28), aos 132.129 pontos, em um dia de forte aversão ao risco e volume financeiro de R$ 17,8 bilhões.

O dólar comercial também reagiu à falta de avanço nas negociações entre os governos de Lula e Trump, encerrando o dia com alta de 0,52%, a R$ 5,59. Este é o maior nível desde o início de junho. A escalada da moeda americana reflete não só o impasse diplomático, mas também a assinatura de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia.

Acordo EUA-UE isola o Brasil e pressiona exportadores

A notícia de que EUA e União Europeia fecharam um pacto comercial abalou ainda mais o mercado brasileiro. O novo tratado amplia benefícios tarifários entre os dois blocos, enquanto o Brasil, prestes a enfrentar uma tarifa de 50% sobre seus produtos, permanece fora da mesa de negociação.

A falta de diálogo com Washington elevou o tom das críticas. Segundo o Bradesco BBI, cresce o risco de isolamento comercial do Brasil. Trump já reiterou que não pretende adiar o início das tarifas, previsto para 1º de agosto, o que deixou investidores em alerta máximo.

Nos bastidores, senadores brasileiros tentam intermediar uma conversa direta entre Lula e Trump. Uma delegação esteve em Nova York durante o fim de semana, mas ainda não houve avanço concreto. O Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que não há pressão para novos acordos, o que esfria expectativas de trégua.

Lula reage e governo monta plano emergencial com 30 medidas

Diante do impasse, o presidente Lula voltou a defender que os minerais críticos do país fiquem sob controle estatal. Segundo ele, o Brasil precisa conhecer e proteger suas riquezas estratégicas diante do novo cenário geopolítico. Paralelamente, técnicos do governo preparam um plano emergencial com mais de 30 ações para mitigar os efeitos do tarifaço.

Entre as medidas estão linhas de crédito para exportadores e apoio financeiro a setores mais afetados. Lula também sancionou o programa “Acredita Exportação” nesta segunda-feira, com foco em pequenas e médias empresas. Ainda assim, o mercado vê as medidas como insuficientes diante da gravidade do cenário.

Nos contratos futuros, os juros recuaram diante da expectativa de manutenção da taxa Selic na reunião do Copom, marcada para esta quarta-feira (30). O petróleo subia mais de 1% pela manhã, enquanto o minério de ferro recuou 1,75% na China.

Dólar dispara e índices em NY operam sem direção única

O dólar turismo chegou a ser negociado a R$ 5,78, refletindo a busca por proteção. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a outras divisas, avançou 1,04%, aos 98,66 pontos.

Além disso, investidores globais preferiram posições defensivas, enquanto aguardam a decisão de juros do Federal Reserve nos EUA.

Em Nova York, o desempenho foi misto: Dow Jones caiu 0,14%, S&P 500 oscilou +0,02% e Nasdaq avançou 0,33%. Portanto, a semana promete volatilidade com indicadores do mercado de trabalho americano e definição da Ptax no Brasil.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.