Bolsa em baixa

Fechamento: Ibovespa despenca e Petrobras sente pressão mesmo com avanço no Ibama

Vale resiste, mas bancos e varejo arrastam o índice para baixo; dólar e juros também sobem.

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Fechamento: Ibovespa despenca e Petrobras sente pressão mesmo com avanço no Ibama
  • Ibovespa caiu 0,81%, pressionado por Petrobras e bancos, enquanto Vale sustentou alta
  • BC cortou projeção do PIB e indicou Selic alta por período prolongado
  • Investidores aguardam PCE nos EUA para definir expectativas de juros

O Ibovespa encerrou a quinta-feira (25) em queda de 0,81%, aos 145.306 pontos, pressionado por perdas de Petrobras (PETR4) e bancos, apesar do fôlego de Vale (VALE3) e de alguns papéis do varejo. O movimento marcou um dia de realização de lucros após semanas de recordes.

No câmbio, o dólar avançou 0,69%, a R$ 5,36, enquanto os juros futuros subiram por toda a curva. O cenário local e internacional trouxe preocupação, com dados de inflação no Brasil e PIB mais forte nos Estados Unidos alimentando receios de política monetária mais dura.

Dados do IPCA-15 e sinal do Banco Central

O IPCA-15 de setembro mostrou alta após a deflação de agosto, mas veio abaixo do esperado. A surpresa veio dos serviços, com queda no seguro voluntário de veículos.

Mesmo assim, o Banco Central revisou para baixo o PIB de 2025, de 2,1% para 2,0%, e projeta crescimento de 1,5% em 2026. O BC reforçou que a inflação ficará acima da meta nos próximos meses e que a Selic em 15% pode durar mais tempo que o previsto.

O presidente Gabriel Galípolo disse que as próximas decisões seguirão dependentes dos dados, mantendo a postura cautelosa.

Pressão dos EUA e risco de estagflação

Nos Estados Unidos, o PIB do segundo trimestre foi revisado para cima, assim como o índice de preços ao consumidor. O resultado reforçou temores de que o Federal Reserve não corte juros no ritmo esperado.

O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, admitiu desconforto com a antecipação de cortes, citando risco de estagflação, quando inflação alta convive com crescimento fraco.

Os principais índices em Wall Street caíram, e investidores aguardam a divulgação do PCE, indicador de inflação preferido do Fed, nesta sexta-feira (26).

Petrobras, Vale e disputas no varejo

Apesar do avanço no licenciamento ambiental da Margem Equatorial, a Petrobras caiu 0,80%, em meio a ajustes pedidos pelo Ibama. A incerteza pesou sobre os papéis.

A Vale sustentou leve alta de 0,55%, ajudando a limitar perdas, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) e Ambev (ABEV3) também conseguiram escapar da queda.

Já bancos recuaram em bloco: Itaú Unibanco caiu 0,80% e Banco do Brasil recuou 1,45%. No varejo, a disputa judicial entre Assaí (ASAI3) e GPA (PCAR3) derrubou as ações em 5,37% e 2,30%, respectivamente.

O que esperar para sexta-feira

A combinação de incertezas locais e externas deixa investidores em alerta. O PCE nos EUA pode definir os rumos da política monetária global.

No Brasil, o foco segue em inflação e projeções do Banco Central, que endurece o discurso para segurar as expectativas.

Por fim, o mercado avalia o impacto desse quadro nos próximos pregões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.