Pregão sensacional

Ibovespa dispara com corte do Fed e bate 146 mil pontos, maior fechamento da história

Bancos e varejistas puxaram a bolsa brasileira para novo recorde, com investidores animados pelo corte de juros nos EUA e expectativa de Selic mantida em 15%.

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Ibovespa dispara com corte do Fed e bate 146 mil pontos, maior fechamento da história
  • Recorde histórico: Ibovespa fecha em 145.593 e fura 146 mil intradia; +21% no ano.
  • Macro favorável: Fed corta 0,25 p.p.; Copom deve manter Selic em 15%, preservando diferencial de juros.
  • Líderes do dia: Bancos e varejo puxam; VALE e PETROBRAS positivas; dólar estável e DIs em queda.

O Ibovespa fechou +1,06%, aos 145.593,63 pontos, com máxima intradia de 146.330,90 e giro de R$ 25,3 bi, terceiro recorde seguido e +21% em 2025. O gatilho veio do corte de 0,25 p.p. do Fed, enquanto o Copom deve manter a Selic em 15% no fim do dia, reforçando o diferencial de juros a favor do Brasil.

No câmbio, o dólar encerrou +0,06%, a R$ 5,3012, após cinco quedas. Em Nova York, a reação foi mista: Dow +0,57%, S&P 500 -0,10%, Nasdaq -0,33%. Os DIs cederam ao longo da curva, precificando espaço para queda de juros no Brasil mais à frente.

Por que o corte do Fed mexeu com a B3

O Fed entregou o corte amplamente precificado, mas reabriu o canal de apetite a risco em emergentes. O dot plot aponta chance de dois cortes adicionais em 2025, o que reduz o prêmio necessário para investir fora dos EUA.

Com o Brasil oferecendo 15% de Selic e inflação sob controle, o carry trade fica mais atraente. Esse diferencial sustenta entradas líquidas em ações e títulos locais, apoia o real e compressão de juros.

Além disso, a comunicação de Powell foi de “gestão de risco”, sugerindo flexibilidade caso a atividade arrefeça. Para a B3, isso reduz o risco de aperto prolongado e melhora os múltiplos de setores cíclicos.

Wall Street: reação moderada e leitura do comunicado

Os índices americanos oscilaram durante a coletiva. A cautela veio da mensagem de que não há caminhos sem risco, e que os cortes seguem dependentes de dados. Ainda assim, o Dow fechou em alta.

O DXY subiu de leve, enquanto Treasuries avançaram, refletindo o balanço de riscos ainda simétrico entre inflação e mercado de trabalho.

Desse modo, para o investidor local, a leitura é que o Fed não travará o ciclo de afrouxamento global, pano de fundo pró-risco para Brasil.

Quem puxou o rali na B3

Bancos foram o motor: BBDC4 +3,47%, ITUB4 +1,42%, SANB11 +2,29%. A curva de juros em queda melhora margem e demanda por crédito no médio prazo. BBAS3 destoou (-0,32%) por temas setoriais.

Em blue chips, VALE3 +0,17% (R$ 57,80) e PETR4 +0,60% (R$ 31,72); PETR3 +0,76% (R$ 34,44), apesar de petróleo fraco — leitura de resultado e dividendos ainda no radar.

No varejo, MGLU3 +5,31% (quase +38% no mês), surfando custo de capital em queda e melhora de sentimento.

Câmbio e juros: como ficaram

O dólar parou a sequência de baixas, mas segue contido; o viés permanece de real mais forte com fluxo e carry.

Ademais, os DIs cederam “na ponta” com o Fed, mantendo estrutura de queda para 2026–27 se o Copom abrir espaço em dezembro.

Portanto, a decisão do Copom (prevista manutenção em 15%) tende a calibrar guidance; o tom do comunicado pode refinar as apostas para o início do ciclo de cortes no Brasil.

O que observar a seguir

A reação ao Copom deve aparecer amanhã, com mercado lendo o viés do comunicado.

Além disso, o fluxo estrangeiro e a temporada de resultados darão o tom setorial nas próximas semanas.

Por fim, no exterior, dados de trabalho e inflação nos EUA calibram odds de cortes e sensibilidade do dólar/Treasuries.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.