Mercado eufórico

Fechamento: Ibovespa dispara com Powell e busca os 138 mil pontos; dólar derrete a R$ 5,41

Discurso do chair do Fed abre espaço para corte de juros em setembro, empurra bolsas globais para cima e anima investidores no Brasil.

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Fechamento: Ibovespa dispara com Powell e busca os 138 mil pontos; dólar derrete a R$ 5,41
  • Ibovespa saltou 2,57%, fechando a 137.968 pontos, impulsionado por Powell.
  • Dólar caiu 0,99%, a R$ 5,42, acompanhando fraqueza global da moeda.
  • Mercado vê chance de corte de juros em setembro e aposta em fluxo positivo ao Brasil.

O Ibovespa fechou em forte alta nesta sexta-feira (22), embalado pelo discurso de Jerome Powell em Jackson Hole. O índice saltou 2,57%, aos 137.968 pontos, depois de oscilar entre 134.511 e 138.071.

O movimento refletiu o alívio global após Powell sinalizar abertura para cortes de juros nos EUA. Ao mesmo tempo, o dólar caiu 0,99%, a R$ 5,42, e os juros futuros recuaram com maior apetite ao risco.

Powell no radar

Em sua fala, o chair do Fed reconheceu que os riscos para o emprego aumentaram diante da desaceleração no mercado de trabalho. Ele também admitiu que tarifas podem manter pressões inflacionárias, mas afirmou que a política monetária segue restritiva e pode ser ajustada em breve.

Para investidores, a mensagem foi clara: a porta está aberta para cortes já em setembro, ainda que a decisão dependa dos próximos dados de emprego e inflação. As apostas em um corte de 0,25 ponto na próxima reunião subiram para 84%.

A fala trouxe imediata valorização das bolsas em Nova York. O Dow Jones subiu 1,89%, o S&P 500 avançou 1,52% e a Nasdaq ganhou 1,88%, com todos renovando recordes intradiários.

Reflexos no Brasil

No pregão doméstico, quase todos os papéis do Ibovespa fecharam em alta, com destaque para Vale e Petrobras, beneficiadas pelo avanço do minério e do petróleo. Apenas a BRF (BRFS3) ficou no vermelho.

Segundo analistas, o diferencial de juros segue atraente para o capital estrangeiro, reforçando o fluxo positivo para o Brasil. A visão é que a política monetária americana continua sendo o principal vetor de entrada de dólares no país.

Ainda assim, investidores monitoram riscos políticos e comerciais. O impasse entre Brasil e EUA sobre tarifas e a tensão envolvendo sanções da Lei Magnitsky seguem no radar do mercado.

Câmbio em queda

No câmbio, o dólar refletiu o enfraquecimento global da moeda americana. A divisa chegou a perder mais de 1% no dia, batendo R$ 5,41 na mínima.

O movimento acompanhou a queda do índice DXY, que mede o dólar contra as principais moedas do mundo, em 0,88%. Ainda assim, a semana terminou com alta acumulada de 0,43% para o dólar frente ao real.

Para especialistas, a tendência é de maior volatilidade, já que a trajetória dos juros nos EUA segue incerta e depende de novos relatórios econômicos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.