Bolsa em alta

Fechamento: Ibovespa dispara e dólar cai após abraço de Trump e Lula na ONU

Promessa de reunião entre os presidentes animou investidores, reduziu tensões diplomáticas e levou o Ibovespa a recordes históricos.

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Fechamento: Ibovespa dispara e dólar cai após abraço de Trump e Lula na ONU
  • Ibovespa fechou em alta de 0,91%, no recorde de 146.424 pontos
  • Dólar caiu 1,11% e encerrou a R$ 5,27, menor nível desde junho de 2024
  • Abraço e promessa de reunião entre Trump e Lula reduziram tensões e animaram investidores

O Ibovespa renovou recordes nesta terça-feira (23) e o dólar caiu ao menor patamar em 15 meses, embalados pelo gesto inesperado entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU. O encontro relâmpago entre os presidentes, seguido da promessa de reunião bilateral, trouxe alívio ao mercado diante do recente clima de tensão diplomática.

Além disso, na B3, o principal índice da bolsa subiu 0,91%, fechando em 146.424 pontos após bater máxima intradia de 147.178 pontos. Já o dólar encerrou cotado a R$ 5,27, em queda de 1,11% frente ao real, marcando o menor valor desde junho de 2024.

Aproximação entre Lula e Trump anima mercado

O gesto simbólico de cordialidade entre os líderes foi visto como um sinal de distensão na crise entre Brasil e Estados Unidos. Isso ocorreu justamente após a Casa Branca anunciar novas sanções contra autoridades ligadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), medida que havia provocado reações duras de Lula em seu discurso de abertura na ONU.

Porém, Trump adotou um tom mais leve em sua fala. O republicano disse ter sentido uma “ótima química” com Lula e confirmou que os dois se encontrarão na próxima semana. Imediatamente, a notícia repercutiu nos preços dos ativos, reduzindo o temor de medidas econômicas mais duras contra o Brasil.

Dessa forma, analistas avaliam que a possível reunião pode abrir espaço para diálogo sobre tarifas de exportação brasileiras, sanções contra ministros do STF e até cooperação em temas como comércio e clima.

Recordes na bolsa e valorização do real

O alívio diplomático impulsionou as ações mais líquidas da B3. Petrobras avançou com a alta do petróleo (ON +2,64% e PN +1,69%), enquanto a Vale recuou 0,57% seguindo a queda do minério de ferro. O giro financeiro do pregão somou R$ 20,5 bilhões, reforçando o apetite dos investidores.

No câmbio, a combinação de juros altos no Brasil (Selic a 15%) com a expectativa de cortes pelo Federal Reserve aumentou a atratividade dos ativos brasileiros. Assim, houve maior entrada de capital estrangeiro e valorização do real.

Portanto, operadores avaliam que o dólar pode continuar abaixo de R$ 5,30 caso a reunião entre Lula e Trump reduza de fato a percepção de risco político.

Copom em compasso de espera

Paralelamente, a ata da última reunião do Copom mostrou que o Banco Central entrou em um “novo estágio” da política monetária. Após a firme elevação dos juros, a estratégia agora é manter a Selic em 15% por tempo prolongado e avaliar os impactos acumulados.

Segundo o economista Paulo Gala, do Banco Master, a mensagem é clara: o ciclo de alta acabou, mas o BC não descarta novos ajustes caso necessário. Essa postura é vista como prudente, mas ainda gera incertezas no mercado.

Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que os juros não deveriam estar nesse nível e defendeu cortes futuros. Ele ainda destacou que o Brasil não enfrenta dificuldades para colocar seus produtos em outros mercados, mesmo diante da tarifa implementada pelos Estados Unidos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.