
- Ibovespa fechou em alta tímida de 0,10%, mas acumulou queda semanal de 0,29%.
- Braskem e Vale puxaram o índice para baixo, enquanto bancos garantiram equilíbrio.
- PCE nos EUA veio em linha, mantendo expectativa de novos cortes de juros pelo Fed.
O Ibovespa fechou a sexta-feira em leve alta de 0,10%, aos 145.446 pontos, mas acumulou queda semanal de 0,29%, interrompendo o ritmo positivo da semana anterior. A recuperação parcial veio do avanço dos bancos, que compensou o tombo de papéis como Vale e Braskem.
No câmbio, o dólar comercial recuou 0,47%, cotado a R$ 5,338, quebrando uma sequência de desvalorizações do real. Os juros futuros terminaram mistos, em um dia marcado pelo PCE dos Estados Unidos dentro das expectativas.
Fed mantém rota de cortes
O destaque externo foi a divulgação do índice PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve. O resultado veio em linha com o esperado, acima da meta de 2%, mas sem alterar a visão de que o Fed deve seguir com dois cortes de 0,25 ponto até o fim do ano.
Autoridades do Fed reforçaram que os impactos das tarifas do governo Trump sobre preços foram limitados, caracterizando-se como choques pontuais. Com isso, os principais índices de Nova York fecharam em alta, refletindo o otimismo com a manutenção do ciclo de cortes.
Para o mercado, o dado reduziu temores de pressão inflacionária mais persistente e reforçou o ambiente positivo para ativos de risco.
Balanço no Brasil
No cenário doméstico, indicadores mostraram confiança da indústria em alta após três meses de queda, enquanto o investimento direto no país superou projeções do Banco Central em agosto. Além disso, a Câmara prometeu priorizar “pautas positivas” para a economia.
Ainda assim, o que realmente direcionou a bolsa foram os pesos pesados do índice. A Braskem (BRKM5) desabou 14,81% após admitir problemas de estrutura de capital, e a Vale (VALE3) recuou 1,92% diante da queda do minério de ferro e da perspectiva de novas tarifas da União Europeia sobre o aço chinês.
A Petrobras (PETR4) também caiu 0,34%, apesar da alta do petróleo internacional, ampliando a pressão negativa sobre o Ibovespa.
Bancos e aéreas aliviam perdas
O alívio veio dos bancos, que sustentaram o índice: Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,47%, Bradesco (BBDC4) ganhou 0,51%, Itaú (ITUB4) avançou 0,49% e Santander (SANB11) disparou 2,31%. A B3 (B3SA3) também brilhou, com alta de 2,08%.
No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) emplacou mais 1,54%, acumulando 36% de valorização em setembro. Fora do índice, Ambipar (AMBP3) saltou 18%, mantendo sua oscilação volátil.
Entre as aéreas, a desistência de Gol (GOLL54) e Azul (AZUL4) de uma fusão animou investidores: as ações dispararam 5,31% e 17,14%, respectivamente. O mercado agora volta atenções para os dados de emprego no Brasil e nos EUA, além da produção industrial brasileira que sai na próxima semana.