
- Ibovespa sobe 0,84% e fecha semana com alta de 1,93%, impulsionado por Wall Street.
- Trump recua sobre tarifas à China e bancos regionais aliviam tensões.
- PRIO (PRIO3) dispara mais de 5% e Petrobras (PETR4) volta ao campo positivo.
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (17) em alta de 0,84%, aos 143.398 pontos, após três semanas consecutivas de quedas. O movimento positivo foi impulsionado pelo otimismo em Wall Street, que reagiu bem a declarações de Donald Trump sobre tarifas à China e ao alívio nas tensões do setor bancário norte-americano.
Com o avanço, o principal índice da Bolsa brasileira acumulou alta de 1,93% na semana, revertendo o clima negativo que dominava o mercado. O dólar comercial caiu 0,69%, a R$ 5,40, enquanto os juros futuros (DIs) tiveram desempenho misto.
Alívio em Wall Street e fala de Trump animam os mercados
Nos Estados Unidos, os índices acionários fecharam em alta após Trump recuar parcialmente sobre sua proposta de tarifa de 100% sobre produtos chineses. O republicano admitiu que a medida “não seria sustentável”, o que trouxe alívio temporário aos investidores e impulsionou o apetite por risco.
O tom mais brando contrastou com a preocupação recente envolvendo bancos regionais norte-americanos, como Zions e Western Alliance, que divulgaram suspeitas de fraudes em empréstimos ligados a fundos imobiliários. Apesar das perdas pontuais, analistas avaliam que o caso não representa risco sistêmico.
“É mais um episódio de ‘venda primeiro, pergunta depois’. O mercado reage de forma imediata, mas não há motivo para pânico”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Juros, ouro e cenário doméstico
Outro fator que impulsionou os mercados foi o discurso de Alberto Musalem, presidente do Fed de St. Louis, que sinalizou apoio a um novo corte de juros em outubro. A fala reforçou a expectativa de que o Federal Reserve possa adotar uma postura mais dovish nos próximos meses.
Na Europa, as bolsas não tiveram tempo de reagir ao movimento americano e encerraram em queda, enquanto o ouro manteve trajetória de valorização. Além disso, no Brasil, o encontro diplomático entre Lula e autoridades dos EUA reduziu tensões bilaterais e trouxe algum alívio político.
No campo fiscal, o governo segue atento à votação no STF que discute a desoneração da folha de pagamentos em 17 setores. Desse modo, a equipe econômica torce por uma decisão favorável para evitar novos impactos orçamentários.
Petrobras e PRIO impulsionam ganhos
Entre as ações, Petrobras (PETR4) subiu 0,95%, impulsionada por leve alta do petróleo internacional. O grande destaque, porém, foi PRIO (PRIO3), que disparou 5,61% após a ANP autorizar a retomada da produção no campo de Peregrino. O papel foi o mais negociado do dia.
Ademais, outros destaques positivos incluíram WEG (WEGE3), que avançou 4,48% após ampliar sua participação na Tupinambá Energia, e Hypera (HYPE3), com alta de 2,05%, beneficiada por recomendações de compra.
Por fim, nos bancos, Bradesco (BBDC4) valorizou 0,68% e acumulou ganhos de quase 5% na semana, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) subiu 2,6%. Já Vale (VALE3) caiu 0,28%, acompanhando a queda do minério de ferro no exterior.