
- Ibovespa sobe 0,31% e fecha a semana com ganho acumulado de 1,93%.
- Inflação menor reforça apostas em corte de juros nos EUA e no Brasil.
- Petrobras, Usiminas e Copasa lideram os destaques corporativos do dia.
O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (24) com alta de 0,31%, aos 146.172 pontos, impulsionado pelos números de inflação abaixo das expectativas no Brasil e nos Estados Unidos. O movimento confirma o clima de otimismo entre os investidores, que seguem apostando na redução dos juros nas próximas reuniões dos bancos centrais.
Durante o dia, o índice chegou a tocar 147 mil pontos, aproximando-se do recorde histórico. O dólar comercial fechou praticamente estável, a R$ 5,39, enquanto os juros futuros recuaram ao longo de toda a curva, refletindo a melhora no sentimento de mercado.
Inflação menor reacende apetite por risco
O IPCA-15 de outubro veio abaixo das projeções e reforçou a visão de inflação controlada. Nos Estados Unidos, o CPI de setembro também mostrou avanço moderado, alimentando a expectativa de corte de juros pelo Fed já na próxima semana.
Para Leonardo Costa, economista do ASA, os dados indicam que as pressões inflacionárias estão cedendo, ainda que parte do alívio venha de fatores temporários.
Já Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, afirmou que o resultado americano “confirmou o cenário de afrouxamento monetário”.
Com a leitura benigna, as bolsas globais reagiram em alta. Nos EUA, índices como o S&P 500 e a Nasdaq renovaram máximas. Na Europa, o avanço também foi generalizado, ajudando a sustentar o bom humor no pregão brasileiro.
Política e geopolítica seguem no radar
Apesar do alívio econômico, questões políticas e geopolíticas seguem como fator de atenção. O presidente Donald Trump elevou o tom contra o Canadá em nova polêmica comercial.
Enquanto isso, União Europeia e China retomaram conversas sobre o fornecimento de terras raras, insumo essencial para a indústria global.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a se defender das críticas sobre o aumento de gastos. Segundo ele, “é melhor ser visto como quem gastou demais do que como um caloteiro”, em referência aos precatórios não pagos no governo anterior.
Esses temas mantêm o investidor cauteloso, mas o cenário macro ainda favorece os ativos de risco, sobretudo após a sinalização de inflação mais fraca e juros em queda no horizonte.
Ações em destaque e agenda da próxima semana
Entre os papéis mais negociados, Usiminas (USIM5) caiu 0,60% após reportar prejuízo líquido de R$ 3,5 bilhões no 3º trimestre. A empresa, contudo, avalia o pagamento de dividendos ainda em 2025.
A Petrobras (PETR4) recuou 1,16%, pressionada pela leve baixa do petróleo Brent, que havia disparado mais de 5% no pregão anterior. Já a Copasa (CSMG3) subiu 3,30%, embalada pela aprovação da PEC que libera sua privatização sem referendo popular.
Na próxima semana, o mercado acompanha o Caged e a PNAD Contínua, além da bateria de balanços do 3T25 de Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Ambev (ABEV3), Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3) e Telefônica (VIVT3).