
- Ibovespa sobe e retoma os 135 mil pontos com apoio de bancos e Petrobras
- Wall Street avança com otimismo após Trump anunciar mega-acordo com o Japão
- Negociações entre EUA e Europa indicam tarifa única de 15% e aliviam temores de guerra comercial
O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira (23), apoiado por um ambiente externo mais favorável. Assim, o anúncio de um mega-acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, feito por Donald Trump, impulsionou bolsas em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Sendo assim, com isso, o índice brasileiro superou novamente a marca simbólica dos 135 mil pontos. Desse modo, investidores reagem positivamente à possibilidade de uma trégua tarifária global, que pode beneficiar empresas exportadoras e trazer fluxo estrangeiro para o país.
Trump impulsiona mercados com novo acordo
O ex-presidente americano Donald Trump surpreendeu os mercados ao anunciar um pacote de investimentos de US$ 550 bilhões com o Japão. O acordo garante que os EUA ficarão com 90% dos lucros gerados e inclui a abertura do mercado japonês a produtos agrícolas e veículos americanos.
Além disso, os EUA definiram uma tarifa recíproca de 15% sobre produtos japoneses exportados ao país. Investidores receberam a notícia com entusiasmo e já enxergam o movimento como o início de um novo ciclo de acordos comerciais estratégicos.
Segundo o Financial Times, Washington estaria negociando com a União Europeia uma tarifa única de 15% para produtos industrializados. Caso confirmada, essa aliança comercial pode amenizar o risco de escalada protecionista que vinha dominando os mercados.
Bancos e Petrobras lideram alta do Ibovespa
O Ibovespa subia 0,4% às 10h45, alcançando os 135.300 pontos. Entre os destaques positivos estavam os grandes bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). A Petrobras (PETR4) também avançava, embalada pela expectativa de dividendos robustos no próximo balanço.
No entanto, nem todos os papéis seguiram a onda positiva. A WEG (WEGE3) apresentou queda de 5%, mesmo após divulgar lucro de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre — alta de 10,4% ano a ano. O movimento foi interpretado como realização de lucros após forte valorização recente.
Outros setores mostravam comportamento misto. BRF (BRFS3) recuava 1,7% com ajustes pontuais no setor alimentício. Já Vale (VALE3) e siderúrgicas operavam de forma estável, à espera de desdobramentos na demanda global por minério e aço.
Dólar em queda e juros oscilando
No câmbio, o dólar comercial recuava para R$ 5,53, em linha com o alívio no exterior. O fluxo estrangeiro aumentou nas últimas sessões diante da melhora no humor global e da busca por ativos de países emergentes, como o Brasil.
Já os juros futuros operavam de forma mista. Os contratos curtos apresentavam leve alta, refletindo incertezas locais com inflação e trajetória da Selic. Em contrapartida, as taxas longas recuavam, acompanhando o apetite internacional por renda fixa brasileira.
Desse modo, para analistas, essa reprecificação dos juros mostra que o mercado ainda reage com cautela à política econômica do governo, especialmente no campo fiscal. Contudo, o cenário externo vem compensando parte dessa insegurança nos últimos dias.
Brasil alerta na OMC sobre riscos tarifários
Durante reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo brasileiro criticou o uso indiscriminado de tarifas como instrumento de política econômica. Então, a posição foi clara: “tarifas são um atalho perigoso para a guerra”, disse a delegação do Brasil.
Além disso, a fala foi interpretada como um alerta ao avanço de medidas protecionistas adotadas por grandes economias, sobretudo pelos EUA sob Trump. Apesar disso, o Brasil manteve tom diplomático, buscando preservar sua imagem de defensor do comércio multilateral.
Internamente, o governo também tenta sinalizar previsibilidade e abertura ao mercado internacional. Por fim, com as exportações ameaçadas por novas tarifas, autoridades brasileiras intensificam contatos bilaterais para evitar retaliações contra produtos nacionais.