Fechou em alta

Fechamento: Ibovespa sobe com recuo de Trump e alívio na guerra comercial

Declarações mais brandas do ex-presidente dos EUA sobre a China acalmaram os mercados e impulsionaram Vale, Petrobras e bancos na B3.

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Fechamento: Ibovespa sobe com recuo de Trump e alívio na guerra comercial
  • Ibovespa subiu 0,78%, acompanhando o alívio global após recuo de Trump sobre a China.
  • Vale, Petrobras e grandes bancos lideraram as altas, impulsionando o índice.
  • Mercado agora foca nas falas de Jerome Powell e nos dados de inflação europeus.

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (13) em alta de 0,78%, aos 141.783 pontos, após uma semana de perdas acentuadas. O movimento reflete a melhora no humor global, com investidores reagindo à trégua verbal de Donald Trump na disputa comercial com a China.

Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,75%, cotado a R$ 5,46, e os juros futuros encerraram o dia de forma mista. O real acompanhou o otimismo internacional, beneficiado pelos dois leilões de linha realizados pelo Banco Central.

Mercados reagem a Trump

A virada de humor começou após Trump amenizar o tom contra Pequim. No domingo, o republicano afirmou em rede social que “os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la”. A fala veio depois de ameaças de tarifas de 100% sobre produtos chineses, que haviam derrubado os mercados na sexta-feira (10).

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, reforçou o discurso conciliador nesta manhã, ao afirmar que “a tarifa não precisa ser efetivada”. Segundo ele, o diálogo entre os dois países foi retomado e novas rodadas de conversas estão previstas para esta semana.

O alívio imediato fez as Bolsas americanas fecharem em alta, Dow Jones (+0,89%), S&P 500 (+1,16%) e Nasdaq (+1,67%), com reflexos positivos na Europa e no Brasil. Ainda assim, o JPMorgan alerta que a volatilidade elevada pode gerar novas vendas automáticas de fundos, limitando o fôlego dos ganhos.

Ouro em recorde e economia dos EUA sob pressão

Mesmo com o otimismo nos mercados, a paralisação do governo americano continua e já preocupa analistas. Bessent afirmou que o impasse no Congresso “está afetando a economia”.

Com a incerteza fiscal, o ouro segue quebrando recordes e superou a marca de US$ 4.100 por onça, sinal de busca por proteção. Ao mesmo tempo, Trump tenta capitalizar politicamente com o acordo de cessar-fogo em Gaza, que o colocou sob os holofotes do cenário internacional.

Apesar do foco global, investidores seguem atentos aos desdobramentos internos, especialmente após o avanço de pautas fiscais no Congresso americano e a expectativa por novas falas do Federal Reserve (Fed) nesta semana.

Bolsas e ações em destaque

No Brasil, o sentimento positivo contaminou as ações líderes da B3. A Vale (VALE3) subiu 1,49%, acompanhando o avanço do minério de ferro na China, enquanto a Petrobras (PETR4) ganhou 0,97%, impulsionada pela alta do petróleo com o fim dos conflitos em Gaza.

O setor bancário também teve dia de ganhos: Banco do Brasil (BBAS3) avançou 1,31%, Bradesco (BBDC4) subiu 0,42%, Itaú (ITUB4) ganhou 0,40% e Santander (SANB11) fechou em alta de 0,14%.

Já o varejo teve desempenho misto, com Magazine Luiza (MGLU3) em queda de 2,38% e Assaí (ASAI3) recuando 2,07%, enquanto outras varejistas sustentaram leve alta. A Sabesp (SBSP3) avançou 1,08%, e BB Seguridade (BBSE3) caiu 0,46%, após a divulgação de novos dados mensais.

Expectativas para amanhã

O mercado acompanha nesta terça-feira (14) a participação de Jerome Powell, presidente do Fed, em evento econômico na Filadélfia.

Investidores também observam os números de inflação ao consumidor na Alemanha, que podem balizar o comportamento das taxas de juros globais.

Ademais, para os analistas, o tom adotado por Trump e o andamento das conversas com a China definirão o ritmo dos próximos pregões.

Por fim, caso o republicano volte a ameaçar tarifas, a volatilidade pode retornar com força à B3 e a Wall Street.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.