Fechou em alta

Fechamento: Ibovespa sobe puxado por Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET3); dólar recua e mercado reage a tensão EUA-China

Bolsa brasileira fecha em alta de 0,65%, enquanto Nova York encerra mista com nova rodada de atritos comerciais entre Trump e Pequim.

Apoio

Fechamento: Ibovespa sobe puxado por Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET3); dólar recua e mercado reage a tensão EUA-China
  • Ibovespa sobe 0,65%, com destaque para Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET3).
  • Dólar recua e investidores esperam corte de juros nos EUA.
  • Cenário político tenso, mas mercado mostra confiança no Brasil.

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (15) em alta de 0,65%, aos 142.603 pontos, impulsionado por Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET3), que avançaram com força após notícias positivas corporativas. O movimento reflete a resiliência do mercado brasileiro diante das tensões comerciais renovadas entre Estados Unidos e China.

Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,13%, cotado a R$ 5,46, em meio à expectativa de novo corte de juros pelo Federal Reserve em outubro. Os juros futuros (DIs) oscilaram entre leves altas e baixas.

Exterior volátil com tensões comerciais

Em Nova York, os índices fecharam mistos, com o mercado reagindo à persistência da guerra tarifária e à paralisação parcial do governo americano. O Dow Jones e o S&P 500 alternaram ganhos e perdas, enquanto o Nasdaq encerrou no vermelho.

Os bancos, contudo, ajudaram a limitar a queda, com o Morgan Stanley superando estimativas de lucro e receita no terceiro trimestre. Mesmo assim, o clima permaneceu tenso após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que a volatilidade das bolsas não alterará a posição dos EUA nas negociações com Pequim.

O ouro seguiu como ativo de refúgio e superou US$ 4.200 por onça-troy, acumulando quatro dias de alta. Já na Europa, as bolsas subiram impulsionadas pelo setor de luxo.

Política volta a pesar no ambiente doméstico

No Brasil, o cenário político continuou agitado. Durante um evento no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu o palco com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e acabou vaiado pelo público.

O discurso de Lula, contudo, subiu o tom: o presidente afirmou que o Congresso “nunca teve um nível tão baixo”, em referência à queda da MP que ajudaria a equilibrar as contas públicas.

Nos bastidores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta retomar partes da MP no Senado com apoio de Davi Alcolumbre, enquanto o governo age politicamente, a ministra Gleisi Hoffmann iniciou a retirada de cargos de deputados considerados infiéis à base.

Vale e Eletrobras lideram ganhos

As ações da Vale (VALE3) subiram 1,86%, apoiadas pela alta do minério de ferro e pelo otimismo com a demanda asiática. A Eletrobras (ELET3) avançou 2,33% após vender sua participação na Eletronuclear, operação que analistas consideram “último grande risco” da tese de investimento.

No setor financeiro, Bradesco (BBDC4) ganhou 1,17%, enquanto Itaú (ITUB4) ficou estável e Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,84%. Já a B3 (B3SA3) subiu 0,72% com dados prévios positivos no terceiro trimestre.

Outros destaques foram RD (RADL3), que disparou 4,54% após recomendação de compra, e Copasa (CSMG3), com salto de 5,61% diante do avanço do processo de privatização. Por outro lado, Petrobras (PETR4) recuou 0,90%, acompanhando a queda do petróleo internacional.

Perspectivas

O mercado aguarda para esta quinta-feira (16) o IBC-Br, prévia do PIB de agosto. Analistas projetam crescimento modesto, com destaque para o varejo, que mostrou recuperação após quatro meses de retração.

Segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, “o comércio ainda sente os efeitos dos juros altos e da inflação, mas a desaceleração tende a ser moderada”.

Mesmo com ruídos políticos, a percepção de resiliência econômica e o apetite ao risco mantêm o Brasil em posição favorável entre os mercados emergentes, segundo o Bradesco BBI.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.