Bolsa em alta

Fechamento: Ibovespa surpreende e fecha no azul, mas cautela domina a B3

Bolsa brasileira segura alta com Petrobras e Vale, enquanto bancos pesam e mercado global espera por balanço da Nvidia.

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Fechamento: Ibovespa surpreende e fecha no azul, mas cautela domina a B3
  • Ibovespa fecha em alta de 0,04% e volta ao maior nível desde julho.
  • Petrobras, Vale e Eletrobras sustentaram ganhos, enquanto BB e Itaú recuaram.
  • Guerra tarifária e expectativa do IPCA-15 dominam a agenda da semana.

O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira (25) em leve alta de 0,04%, aos 138.025 pontos, sustentado pelo desempenho de Petrobras e Vale. Mesmo modesta, a valorização representa o maior nível do índice desde julho, quando bateu 139 mil pontos.

Apesar da cautela, a bolsa brasileira caminhou em sentido contrário aos principais índices de Nova York, que fecharam em queda antes da divulgação do aguardado balanço da Nvidia. O dólar recuou 0,19%, cotado a R$ 5,41, enquanto os juros futuros caíram em toda a curva, refletindo expectativa de corte de juros nos EUA em setembro.

Inflação em queda e pressão tarifária

O Boletim Focus trouxe mais uma revisão para baixo na expectativa de inflação, já em sua 13ª semana consecutiva. Analistas agora projetam inclusive deflação para o IPCA-15 de agosto, com estimativa da XP de recuo de 0,24%.

No entanto, o ambiente não é apenas de otimismo. A guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos segue no radar. Nesta segunda, o governo brasileiro simplificou regras de compras públicas para mitigar o tarifaço imposto por Trump, mas também acionou um escritório de advocacia nos EUA para tentar reverter a medida.

Enquanto isso, a confiança do consumidor recuou em agosto, sinalizando que o cenário doméstico ainda exige atenção, mesmo com o alívio das projeções inflacionárias.

Bancos dividem forças na B3

O setor bancário voltou a chamar atenção. Banco do Brasil (BBAS3) foi o destaque negativo, com queda de 2,20%, na mínima do dia. Itaú (ITUB4) também recuou 0,51%, enquanto Bradesco (BBDC4) conseguiu leve alta de 0,25%.

Santander (SANB11), por sua vez, mostrou resiliência e avançou 0,70%, sendo visto por analistas como o mais bem posicionado diante do ambiente regulatório e das sanções ligadas à Lei Magnitsky. A avaliação é de que a instituição preserva ganhos mesmo em meio às incertezas externas.

Apesar da divisão de forças, o setor financeiro segue no centro das atenções após uma temporada de resultados marcada por margens pressionadas e maior cautela dos investidores.

Vale, Petrobras e destaques corporativos

As ações da Vale (VALE3) tiveram volatilidade ao longo do pregão, mas encerraram em alta de 0,24%, acompanhando o minério de ferro em Dalian. Já a Petrobras (PETR4) subiu 0,59%, beneficiada pelo petróleo internacional e pelo avanço de testes na Foz do Amazonas.

Entre as elétricas, Eletrobras (ELET3) ganhou 1,50%, após anúncio de dividendos acima das expectativas, o que levou analistas a reforçarem recomendação de compra para o papel.

No varejo, os movimentos foram mistos. Lojas Renner (LREN3) caiu 0,38%, enquanto C&A (CEAB3) avançou 2,08% com sua nova loja conceito em São Paulo. O GPA (PCAR3) disparou quase 9%, com a família Coelho Diniz ampliando sua participação e pedindo assembleia para trocar o conselho de administração.

Perspectivas para a semana

A semana começa em ritmo lento, mas com expectativa de novos gatilhos. O balanço da Nvidia nos EUA deve balizar o humor global e pode impactar diretamente os mercados emergentes.

No Brasil, a divulgação do IPCA-15 será o principal dado macroeconômico, enquanto investidores acompanham os desdobramentos da guerra tarifária com os Estados Unidos.

Por fim, o mercado deve seguir avaliando se a B3 terá fôlego para avançar rumo aos 139 mil pontos ou se a cautela global manterá o ritmo mais contido nos próximos pregões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.