
- Apostas sobre eleições, juros e fiscal moldam projeções para 2026
- Ibovespa rompe recorde histórico acima dos cento e sessenta mil pontos
- Dólar cai e fortalece expectativas de novo ciclo de risco
O Ibovespa fechou esta terça-feira acima dos cento e sessenta mil pontos pela primeira vez na história, depois de subir 1,56% e alcançar 161.092 pontos, impulsionado pelo apetite ao risco e pelo dólar mais fraco. O avanço reforçou a percepção de que o mercado segue confiante, mesmo com eleições e juros no radar.
Além disso, analistas começaram a projetar novos patamares para 2026, o que elevou o debate sobre o ritmo da Bolsa. Alguns estrategistas já enxergam espaço para o índice buscar a região dos cento e noventa mil pontos, caso o cenário externo permaneça favorável.
Mercado rompe recordes e amplia expectativas
O avanço desta terça ocorreu justamente no momento em que o mercado internacional voltou a operar com mais otimismo. Índices nos EUA fecharam no azul e reforçaram a percepção de que o Federal Reserve pode reduzir juros novamente, o que fortalece ativos de risco. Assim, o cenário global ajudou o investidor local a ampliar posições.
Ao mesmo tempo, o dólar recuou 0,52%, para R$ 5,330, e consolidou a melhora recente. Com isso, o real mais forte ajudou a reduzir pressões sobre a curva de juros e favoreceu segmentos sensíveis ao câmbio.
Além disso, os estrategistas do JPMorgan destacaram que o desempenho da América Latina depende fortemente do dólar. Segundo eles, a fraqueza da moeda americana ao longo do ano sustentou uma migração maior para mercados emergentes.
Juros, Selic e eleições no foco do investidor
A semana também ganhou força devido à proximidade da última Super Quarta do ano, quando Fed e Banco Central anunciarão suas decisões de juros. A expectativa, portanto, é que o Fed corte novamente e que a Selic permaneça nos atuais 15%.
Contudo, o mercado já começa a precificar 2026. Isso ocorre porque o ambiente político entrou de vez no radar, especialmente após sondagens recentes mostrarem oscilação na popularidade do governo. Dessa forma, analistas apontam que uma incerteza eleitoral maior tende a impactar juros futuros e bolsa.
Especialistas afirmam que parte do otimismo da sessão veio da possibilidade de mudança fiscal e, consequentemente, de ajustes na trajetória da dívida. Assim, a ideia de um novo governo mais focado em equilíbrio fiscal agradou investidores.
Lula, Trump e pressão sobre indústria
Além do front doméstico, a nova conversa entre Lula e Donald Trump chamou atenção, uma vez que o governo brasileiro tenta reduzir tarifas que afetam a indústria nacional. Esse ponto voltou à mesa após o setor mostrar apenas 0,1% de crescimento em outubro.
Enquanto isso, o Senado aprovou o avanço do projeto que aumenta a tributação de bets e fintechs, justamente como deseja o governo. A medida ainda depende de etapas adicionais, mas já impacta expectativas no mercado.
Ainda assim, o conjunto de fatores externos e internos manteve os investidores atentos ao potencial de expansão da atividade. E, com isso, o fluxo de capitais seguiu mais favorável à renda variável.
Bancos e grandes empresas impulsionam a alta
No setor financeiro, o CEO do Bradesco (BBDC4) afirmou estar “um pouquinho mais otimista” para 2026, mencionando desemprego baixo e renda maior. Como resultado, Bradesco, Itaú (ITUB4) e BB (BBAS3) avançaram de forma consistente ao longo da sessão.
Além disso, Vale (VALE3) subiu 0,82%, acompanhando o bom humor global das commodities. Enquanto isso, Petrobras (PETR4) virou para alta e fechou com ganho de 0,69%, após registrar produção mensal recorde.
No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) avançou 2,42%, enquanto Copasa (CSMG3) ganhou 1,96%, amparada pelo avanço do processo de privatização em Minas Gerais.