
- Ibovespa fecha em queda, mas marca novo recorde histórico em setembro
- Petrobras e varejo puxam baixas, com destaque para PCAR3 e MGLU3
- Shutdown nos EUA mantém investidores em alerta e pode travar payroll
O Ibovespa terminou esta terça-feira (30) em leve queda de 0,07%, aos 146.237 pontos, mas renovou a máxima histórica intradiária, chegando a 147.578 pontos. Foi o maior patamar de todos os tempos, consolidando setembro como o mês dos recordes.
Apesar da realização no pregão de fechamento, o índice acumulou alta de 3,40% no mês e segue positivo em sete dos nove meses de 2025. A volatilidade, porém, mostrou força diante da queda de Petrobras (PETR4) e de varejistas, além do impasse fiscal nos Estados Unidos.
Shutdown nos EUA aumenta cautela
Os EUA vivem a ameaça de uma nova paralisação do governo federal. O prazo para acordo expira nesta terça, mas líderes políticos sinalizam poucas chances de consenso.
O presidente Donald Trump reforçou que o país caminha para o shutdown, usando o impasse para pressionar os democratas.
A falta de acordo deixou Wall Street sem direção. Ainda assim, os índices reverteram no final: Dow Jones Futuro caiu 0,08%, S&P500 subiu 0,05% e Nasdaq avançou 0,03%.
Analistas alertam que, se a paralisação durar mais de duas semanas, o mercado pode reagir de forma bem mais negativa.
Dados econômicos mistos
Nos EUA, a confiança do consumidor recuou em setembro, enquanto vagas de emprego abertas subiram marginalmente, sinalizando arrefecimento do mercado de trabalho.
Esse movimento pode abrir espaço para o Federal Reserve cortar juros já no próximo mês.
No Brasil, a taxa de desemprego em agosto ficou em 5,6%, o menor patamar da série histórica, mas a geração de empregos com carteira assinada desacelerou.
O setor público registrou déficit primário de R$ 17,25 bilhões em agosto, melhor que as projeções, e a dívida bruta caiu para 77,5% do PIB.
Petrobras e varejo em queda
As ações da Petrobras (PETR4) caíram 1,10%, na quinta sessão consecutiva de perdas, acompanhando o petróleo internacional. A Braskem (BRKM5) recuou 1,35% após novo corte de rating.
No varejo, as baixas foram ainda mais expressivas:
- GPA (PCAR3): -8,72%, após rebaixamento do Citi;
- Ambev (ABEV3): -2,58%, com corte da XP;
- Magazine Luiza (MGLU3): -9,60%, apesar de acumular 19% de alta em setembro.
Entre os bancos, Itaú (ITUB4) subiu 0,46%, com sinalização de dividendo adicional em 2026, enquanto Bradesco (BBDC4) avançou 0,58% e Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,14%.
Na ponta positiva, MRV (MRVE3) ganhou 3,19% após vendas de ativos nos EUA, e Direcional (DIRR3) subiu 0,75% após acordo com a Moura Dubeux (MDNE3).
O que esperar de outubro
Com o início do último trimestre, os investidores enfrentam incertezas adicionais.
Sem acordo sobre o orçamento nos EUA, o risco é até mesmo a não divulgação do payroll, principal indicador de emprego norte-americano, previsto para sexta-feira (3).
Ainda assim, o otimismo persiste no Brasil, sustentado por dados fiscais melhores do que o esperado e o desempenho histórico da Bolsa em setembro.