
- Ibovespa (IBOV) sobe 0,59%, aos 145.720 pontos, com força de Petrobras (PETR4) e bolsas externas.
- Trump e Xi confirmam encontro; petróleo sobe 5% e impulsiona petroleiras.
- Dólar recua a R$ 5,38, e mercado aguarda dados de inflação e PMIs globais.
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (23) em alta de 0,59%, aos 145.720 pontos, impulsionado por Petrobras (PETR4) e pelo bom humor das bolsas internacionais. O índice chegou a tocar 146.357 pontos, marcando o melhor patamar de outubro.
O movimento reflete o otimismo com o cenário global, após a Casa Branca confirmar um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping no fim do mês. Nos EUA, os principais índices também fecharam em alta, com o mercado à espera de novos dados de inflação.
Dólar recua e juros seguem em queda
O dólar comercial interrompeu duas altas seguidas e caiu 0,20%, fechando a R$ 5,386. Os juros futuros (DIs) também ampliaram o movimento de baixa, acompanhando o alívio no ambiente internacional.
No radar, investidores aguardam a divulgação do IPCA-15 de outubro, que trará sinalizações importantes sobre os próximos passos do Banco Central. O presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, afirmou que “a inflação e as expectativas seguem fora da meta”, mas destacou o processo de desinflação gradual.
Nos Estados Unidos, apesar da paralisação parcial do governo, o mercado espera a publicação dos números de inflação de setembro, o que deve influenciar a precificação dos juros globais.
Geopolítica e petróleo em foco
O anúncio do encontro entre Trump e Xi trouxe alívio aos mercados, reduzindo temores sobre tensões comerciais. A Casa Branca não confirmou, porém, uma reunião com o presidente Lula, que também está em viagem pela Ásia.
Mesmo sem confirmação, há expectativa positiva de diálogo entre os dois países. Lula criticou o protecionismo internacional e voltou a defender o uso de moedas locais no comércio exterior, proposta que costuma incomodar Washington.
O petróleo também foi destaque: as sanções americanas contra a Rússia e o ambiente diplomático mais tenso impulsionaram os preços em mais de 5%, beneficiando diretamente as petroleiras listadas na B3.
Petrobras e bancos sustentam o índice
As ações da Petrobras (PETR4) subiram 1,14%, acompanhando a disparada do petróleo. A PRIO (PRIO3) avançou 1,80%, enquanto a Vale (VALE3) devolveu parte dos ganhos recentes, recuando 0,19%, mesmo com a alta do minério de ferro.
No setor financeiro, o movimento foi misto. Bradesco (BBDC4) subiu 1,07%, Santander (SANB11) ganhou 0,81%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,19% e Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com leve baixa de 0,08%.
Entre as varejistas, Casas Bahia (BHIA3) disparou 11,75% após anunciar parceria com o Mercado Livre (MELI34). Já Magazine Luiza (MGLU3) desabou 5,64%, e GPA (PCAR3) caiu 0,85% após trocas na diretoria.
Fiscal no radar e semana decisiva
Apesar do alívio momentâneo, o risco fiscal segue como preocupação central. O Relatório Fiscal da IFI aponta um déficit primário de R$ 100,9 bilhões entre janeiro e setembro, exigindo um esforço adicional de R$ 27 bilhões para atingir a meta mínima.
Ademais, a arrecadação federal, contudo, subiu 1,43% em setembro, segundo a Receita Federal, sustentada pelo consumo e mercado de trabalho aquecido. Mesmo assim, analistas alertam que o crescimento das despesas continua superando o da receita.
Por fim, oara sexta-feira (24), o mercado aguarda os PMIs de indústria e serviços de grandes economias, que podem redefinir o sentimento de risco global.