Leve alta

Fechamento: Petrobras segura índice, bancos pesam e Ibovespa fecha estável em novo recorde

Mercado doméstico viveu pregão morno após euforia de ontem, com Petrobras em alta e bancos pressionados pela Lei Magnitsky.

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Fechamento: Petrobras segura índice, bancos pesam e Ibovespa fecha estável em novo recorde
  • Ibovespa fechou praticamente estável, mas em recorde histórico
  • Petrobras segurou o índice, enquanto bancos pesaram com receios regulatórios
  • Dados do IPCA-15 e PCE vão definir o tom dos próximos pregões

O Ibovespa encerrou praticamente estável, com leve alta de 0,05%, aos 146.491 pontos, após um dia de oscilação fraca. O desempenho positivo da Petrobras (PETR4) segurou o índice, que chegou a ensaiar quedas mais firmes. Ainda assim, o fechamento representa o maior nível da história.

O dólar comercial avançou 0,90%, terminando cotado a R$ 5,327, em dia de forte atuação do Banco Central, que vendeu US$ 2 bilhões no mercado e fez rolagem de contratos. Os juros futuros (DIs) também fecharam em alta, acompanhando o câmbio.

Conversa Lula-Trump ainda pesa no mercado

O dia foi de ajuste natural após sete sessões seguidas de recordes no Ibovespa. A expectativa em torno da conversa entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva continua a repercutir. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou que a “boa química” entre os dois pode ajudar a resolver o tarifaço imposto pelos EUA.

Nos Estados Unidos, a pressão política contra tarifas também cresceu. O deputado Ro Khanna defendeu a retirada da sobretaxa sobre o café brasileiro, apontando alta de preços nos EUA como justificativa. Esse movimento reforça as apostas em flexibilização.

Enquanto isso, em Brasília, o foco foi interno. A PEC da Blindagem foi rejeitada no Senado, enquanto na Câmara, o ministro Fernando Haddad voltou a defender a MP do IOF como peça-chave para fechar o Orçamento.

Bolsas internacionais e política fiscal no radar

Nos mercados externos, o tom foi negativo em Wall Street, onde os principais índices caíram pelo segundo dia consecutivo. Já na Europa, as bolsas ainda refletiram as falas de Trump na ONU e fecharam em alta.

No Congresso brasileiro, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) apresentou parecer que mantém a isenção sobre CRI, CRA e debêntures incentivadas, mas propõe alíquota de 7,5% para LCI, LCA e outros papéis. No Senado, uma comissão aprovou texto alternativo sobre isenção do IR até R$ 5 mil, elevando a pressão sobre o governo.

Esse cenário político misto trouxe volatilidade, mas não mudou a percepção de que o mercado deve ter mais definições com os próximos indicadores.

Petrobras dispara, bancos recuam

O destaque do pregão foi a Petrobras (PETR4), que avançou 2,26% com a alta internacional do petróleo após queda nos estoques americanos. Além disso, a companhia foi beneficiada por revisão positiva de um grande banco, que reiterou recomendação de compra para as ações.

A Vale (VALE3) subiu de forma tímida, apenas 0,38%. Já os bancos pesaram no índice: BBAS3 até tentou se sustentar, mas fechou com baixa de 0,09%. Analistas citam preocupação com impactos da Lei Magnitsky e o cenário de crédito.

Outros destaques ficaram com Vibra (VBBR3), que caiu 0,25% mesmo após conquistar grau de investimento, e a Marfrig/BRF (MBRF3), que subiu 0,10% após aprovar recompra de até 25 milhões de ações.

Expectativas para os próximos dias

O mercado se prepara para dados relevantes: nesta quinta-feira (25), sai o IPCA-15 de setembro, além do PIB revisado do 2T25 nos EUA.

Já na sexta, o foco será no PCE, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve.

Depois da turbulência política e comercial envolvendo Lula e Trump, os próximos números prometem definir o rumo de juros, câmbio e bolsa no curto prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.