
- Petróleo Brent cai 1,55%, a US$ 65,22, após cessar-fogo entre Israel e Hamas.
- Investidores retiram o prêmio de risco geopolítico, reduzindo a pressão sobre o barril.
- Trump lidera acordo que prevê libertação de reféns e promete “paz no Oriente Médio”.
Os preços do petróleo recuaram mais de 1% nesta quinta-feira (9), após a confirmação do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. A notícia trouxe alívio aos mercados, reduzindo o chamado prêmio de risco geopolítico que vinha inflando os preços da commodity nas últimas semanas.
O contrato do petróleo Brent, referência global, fechou em queda de 1,55%, cotado a US$ 65,22 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Já o WTI, negociado em Nova York, recuou 1,66%, para US$ 61,51, refletindo a mesma tendência de enfraquecimento da demanda por proteção geopolítica.
Acordo traz trégua e reduz tensão global
De acordo com informações oficiais, Israel e Hamas assinaram um acordo para o fim da guerra em Gaza. O pacto prevê a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos, além da retirada parcial das tropas israelenses do território.
A iniciativa faz parte do plano de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para estabilizar a região e reabrir o diálogo com os países árabes. Trump afirmou que o acordo representa um “passo histórico rumo à paz no Oriente Médio” e confirmou que deve participar da cerimônia de assinatura no Egito nos próximos dias.
O movimento foi suficiente para derrubar o preço do petróleo, já que investidores começaram a reduzir posições defensivas e a revisar previsões de oferta e demanda para os próximos meses.
Reação do mercado
Durante as negociações desta quinta-feira, o preço do Brent chegou a tocar US$ 65,14, conforme dados do TradingView, registrando queda diária de 1,44%. Analistas avaliam que a redução do risco geopolítico remove parte da pressão sobre os preços e abre espaço para uma correção técnica após semanas de volatilidade.
Segundo operadores, o mercado de energia agora volta o foco para os fundamentos econômicos, como estoques, produção da Opep+ e perspectivas de crescimento global. “Com o cessar-fogo, o prêmio de risco desaparece, e o petróleo volta a refletir a economia real”, afirmou um gestor ouvido pela Bloomberg.
Ainda assim, parte dos analistas alerta que qualquer ruptura do acordo pode trazer nova escalada de preços, principalmente se houver interferência de milícias regionais ou novas sanções econômicas.
Próximos passos e efeitos no setor
O cessar-fogo prevê que o Hamas liberte 20 reféns israelenses nas próximas 72 horas, enquanto Israel libertará mais de 1.900 prisioneiros palestinos. A implementação do acordo deve ser acompanhada por observadores internacionais e mediadores árabes.
Com o anúncio, as bolsas globais reagiram positivamente, e o dólar perdeu força frente a moedas emergentes, incluindo o real. O alívio momentâneo favorece também países importadores de energia, que vinham sofrendo com os custos elevados do barril.
Para os investidores, o foco agora se volta para as decisões da Opep+ e para a recuperação do crescimento econômico global. O petróleo deve permanecer volátil, mas tende a manter suporte técnico próximo dos US$ 65 se o acordo for cumprido integralmente.