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Fim do reinado do Bitcoin? Ex-BC aposta que moedas digitais estáveis serão a nova febre

Moedas digitais lastreadas em ativos reais podem assumir protagonismo no mercado cripto e mudar a forma como usuários realizam transações.

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Fim do reinado do Bitcoin? Ex-BC aposta que moedas digitais estáveis serão a nova febre
  • Stablecoins devem crescer mais que outras criptomoedas, com uso transacional ganhando força em mercados emergentes.
  • Genius Act exige lastro integral e auditorias, criando padrão de segurança que pode atrair capital institucional.
  • PL 4.308/2024 busca regras claras no Brasil, com emissão sob supervisão do Banco Central e maior integração ao câmbio.

Em fala na Digital Assets Conference (DAC), organizada pelo Mercado Bitcoin (MB), Roberto Campos Neto afirmou que as stablecoins tendem a crescer mais rápido que outras criptomoedas, especialmente em mercados emergentes.

Para ele, o próximo salto é transacional: além de reserva de valor, esses ativos devem virar meio de pagamento no dia a dia, com efeitos diretos para empresas, bancos e usuários.

O que disse Campos Neto

Campos Neto projetou uma “substituição relevante da base monetária por stablecoins” em países emergentes, à medida que o uso se populariza em compras e transferências. Segundo ele, a estabilidade do lastro e a eficiência de custos atraem usuários e varejistas.



Além disso, ele destacou que USDT e USDC já funcionam como “dólar digital” em vários mercados, facilitando remessas internacionais e reduzindo fricções cambiais. Assim, cresce o incentivo para carteiras digitais integrarem essas moedas.

Por fim, Campos Neto reforçou que a funcionalidade de pagamento, e não só a especulação, sustentará o ciclo de adoção, com integração a comércios, fintechs e aplicativos.

Regulação nos EUA: o efeito do Genius Act

Em julho, os Estados Unidos aprovaram o “Genius Act”, que exige lastro integral em ativos líquidos (como dólar e Treasuries) e auditorias anuais para emissores acima de US$ 50 bilhões de valor de mercado. Com isso, emissores precisam provar reservas e governança.

Além disso, a lei restringe marketing enganoso e estabelece diretrizes para emissão no exterior, aumentando a segurança jurídica para investidores e empresas. Desse modo, o risco regulatório diminui e o capital institucional tende a entrar.

Consequentemente, o arcabouço americano pode virar referência global, puxando padronização de práticas de lastro, auditoria e transparência, um motor extra para a adoção das stablecoins.

Cenário no Brasil: foco em emissor e câmbio

No Congresso, o PL 4.308/2024 (dep. Aureo Ribeiro) propõe regras específicas para stablecoins, com emissão restrita a instituições autorizadas pelo Banco Central e integração ao mercado de câmbio.

Nesse sentido, o Banco Central ganha poder de supervisão sobre lastro, liquidez e governança, limitando riscos de corrida por resgates. Além disso, a coordenação com o sistema de pagamentos facilita o uso cotidiano.

Se aprovado, o marco eleva a previsibilidade, atrai players sérios e acelera a integração com carteiras digitais, bancos e varejo, sem perder a proteção ao consumidor.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.