Novas estimativas

Fitch Ratings surpreende o mercado e corta projeções do petróleo até 2027

Agência vê excesso de oferta, mantém incertezas sobre Rússia e Opep+ e revisa trajetória de preços.

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Fitch Ratings surpreende o mercado e corta projeções do petróleo até 2027
  • Demanda avança abaixo de 1 milhão de bpd, mantendo preços pressionados
  • Fitch corta projeções do Brent e WTI até 2027 por excesso de oferta global
  • Rússia e Opep+ seguem fatores-chave de incerteza e risco para o mercado

A Fitch Ratings reduziu suas projeções para os preços do petróleo Brent e WTI entre 2025 e 2027. A agência afirmou que a oferta global cresce acima da demanda, o que pressiona o equilíbrio do mercado.

As novas estimativas consideram também a incerteza em relação aos volumes russos e à política da Opep+, que interrompeu a reversão dos cortes prevista para o início de 2026.

Excesso de oferta derruba preços

Segundo a Fitch, o Brent deve registrar média de US$ 69 em 2025 e US$ 63 entre 2026 e 2027. Já o WTI tende a cair para US$ 64 no próximo ano e US$ 58 em 2026 e 2027. A agência reforçou que a produção avança de forma mais rápida que a demanda global.

A projeção indica que o mercado enfrenta um ciclo prolongado de oferta elevada, ainda que parte das novas capacidades venha de regiões com custos crescentes. Mesmo assim, a pressão sobre os preços persiste e reduz margens sensíveis no setor.

Além disso, a Fitch afirmou que manteve inalteradas as premissas de longo prazo, pois a tendência de preços mais baixos deve limitar a expansão de produtores com estruturas de custo maiores.

Rússia e Opep+ seguem no centro do risco

A revisão também incorpora o risco geopolítico ligado à Rússia, já que as sanções dos EUA e do Reino Unido atingem empresas como Lukoil e Rosneft, responsáveis por cerca de 50% das exportações russas. Assim, as restrições podem frear parte dos volumes disponíveis no mercado.

A agência destacou que um eventual acordo de paz na Ucrânia não deve alterar rapidamente as exportações de Moscou, porque a estrutura logística e o balanço global continuam pressionados. Portanto, o impacto geopolítico segue relevante.

Por fim, a Fitch observa que a política da Opep+ permanece imprevisível, sobretudo após a pausa na reversão de cortes prevista para 2026, o que amplia a volatilidade entre os produtores.

Demanda avança pouco e limita recuperação

A demanda global deve crescer cerca de 800 mil barris por dia em 2025 e 2026. A Fitch cita a economia mais lenta, a recessão no setor petroquímico e o avanço da transição energética como fatores que reduzem o ritmo.

Ainda que o crescimento do PIB em 2026 possa oferecer suporte, a agência acredita que a demanda ficará abaixo de 1 milhão de bpd, número insuficiente para reequilibrar o mercado no curto prazo. Assim, a pressão sobre os preços deve continuar.

Com isso, a perspectiva de recuperação dos preços depende de cortes adicionais de produção ou de uma desaceleração mais forte da oferta, cenário ainda incerto para o período analisado.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.