Recuperação

Frango dispara: preços sobem pela 1ª vez desde a gripe aviária e animam o agronegócio

Alta no consumo interno e retomada das exportações impulsionam recuperação dos preços da carne de frango, que volta a subir após meses de queda e reacende otimismo no setor.

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  • Preço do frango sobe 4,85% e encerra quatro meses de queda.
  • Exportações reagem, com destaque para Europa e Filipinas.
  • Custos estáveis e demanda forte sustentam margens no fim de 2025.

O mercado de frango finalmente deu sinais claros de recuperação. Em setembro, os preços da carne e do animal vivo subiram pela primeira vez desde maio, quando o Brasil registrou um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul.

A reversão de tendência traz alívio para o setor, que sofreu com embargos internacionais e forte queda nas exportações. Agora, com a demanda aquecida e a melhora no cenário externo, analistas veem o último trimestre de 2025 como um ponto de virada para produtores e grandes frigoríficos.

Primeira alta após meses de queda

O frango congelado fechou setembro com alta de 4,85%, cotado a R$ 7,35 por quilo no atacado paulista, segundo dados da Safras & Mercado. No comparativo anual, o avanço foi de quase 10%.

O preço do animal vivo também reagiu, subindo 5,89% e alcançando R$ 5,93 por quilo. Foi a primeira valorização mensal desde o surto de gripe aviária que derrubou as cotações e interrompeu embarques.

Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a retomada das exportações e o reaquecimento da demanda devem fortalecer os resultados de companhias como JBS e MBRF no segundo semestre.

Consumo interno impulsiona a recuperação

A demanda doméstica tem sido um dos principais motores dessa recuperação. Com emprego em alta e renda mais estável, os brasileiros voltaram a consumir mais carne de frango.

De acordo com Thiago Bernardino, do Cepea, o consumidor tem buscado proteínas mais baratas diante do endividamento elevado. “Se o dinheiro está curto, o brasileiro troca carne bovina por frango”, afirmou.

Ao mesmo tempo, a redução da produção durante o período de embargo ajudou a equilibrar oferta e demanda, abrindo espaço para novos reajustes nas próximas semanas.

Exportações mostram fôlego

Mesmo com a China ainda fora das compras, o Brasil exportou 482,3 mil toneladas de carne de frango em setembro, segundo a ABPA. O volume foi apenas 0,6% menor que no mesmo mês de 2024, mas o melhor desempenho em 11 meses.

A reabertura da União Europeia e a demanda das Filipinas compensaram parte das perdas. Com isso, o setor voltou a operar próximo da normalidade e espera aumento nas margens até o fim do ano.

Além disso, uma delegação chinesa visitou laboratórios e frigoríficos brasileiros, o que indica possível retomada das compras pelo país asiático nos próximos meses.

Custos controlados e cenário otimista

Os custos de produção seguem sob controle, graças à boa oferta de milho e farelo de soja no mercado interno. Isso permite que as margens das empresas melhorem mesmo com preços ainda abaixo do pico anterior à crise.

Ademais, para Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, o atual cenário reflete uma recuperação consistente e saudável. Ele destaca que a combinação entre demanda firme e custos estáveis cria um ambiente favorável para o setor.

Portanto, a expectativa é que o último trimestre de 2025 traga aumento nas vendas internas e externas, impulsionado pelas festas de fim de ano e pelo retorno gradual das exportações.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.