
- Gestora mantém 41 milhões de ações para seguir no acordo com a família Corona.
- Pátria vende 36 milhões de ações da Smart Fit e levanta R$ 876 milhões.
- Negócio sai com prêmio de 2% após forte demanda de fundos locais e internacionais.
A Smart Fit (SMFT3) virou destaque na B3 nesta quarta-feira após o Pátria Investimentos vender um grande bloco de ações da companhia. O movimento colocou o volume financeiro em forte alta e chamou atenção de gestores locais e internacionais.
Ainda pela manhã, o fundo acertou a venda de um pacote que alcançou R$ 876 milhões, depois de forte demanda dos investidores. Às 13h46, SMFT3 subia 1,76%, com o mercado reagindo ao tamanho da operação.
Pátria reduz posição, mas permanece no bloco de controle
O Pátria decidiu vender 36 milhões de ações, quase metade da sua posição atual. Antes do negócio, a gestora detinha 77 milhões de papéis, equivalentes a 12,9% do capital da rede de academias. Após a transação, manterá 41 milhões, o mínimo necessário para seguir no acordo de acionistas com a família Corona, co-controladora da Smart Fit.
O leilão começou às 10h, coordenado pelo Bank of America (BofA), que ofereceu garantia firme. Inicialmente, o preço indicativo era de R$ 23,30, com desconto sobre o fechamento anterior. Entretanto, a demanda elevada fez o bloco sair a R$ 24,35, um prêmio de 2%.
A oferta atraiu fundos long-only locais e estrangeiros, o que reforça o apetite do mercado pela tese de expansão da rede. Além disso, o Pátria também assumiu um novo lock-up de três meses, o que reduz pressões de venda no curto prazo.
Operação ocorre após venda bilionária realizada em maio
O movimento ocorre seis meses depois de outra grande venda realizada pelo próprio Pátria. Em maio, o fundo se desfez de 98 milhões de ações a R$ 22,33, levantando R$ 2,3 bilhões, também em operação coordenada pelo BofA.
Naquela ocasião, o Pátria assinou um lock-up de seis meses, que venceu agora em novembro. Com o bloqueio encerrado, a gestora voltou ao mercado para reduzir exposição, mas sem deixar o bloco de controle.
A operação desta quarta confirma o interesse recorrente de investidores institucionais pela Smart Fit, que segue entre as maiores redes de academias da América Latina e mantém participação acionária pulverizada entre grandes fundos globais.
Estrutura acionária segue concentrada, apesar da movimentação
Mesmo com a oferta, o controle da Smart Fit permanece estável. A família Corona segue como maior acionista, com 14,9% do capital. O CPPIB detém 12%, enquanto o GIC possui cerca de 8%.
Analistas veem o movimento do Pátria como parte natural do ciclo de investimentos do fundo. Além disso, o prêmio pago no bloco reforça a narrativa de confiança na performance operacional da companhia.
O mercado agora monitora como a liquidez adicional pode influenciar a volatilidade do papel nos próximos pregões, embora a presença de investidores de longo prazo tenda a suavizar esse efeito.