
- Cenário de juros em queda reacende o interesse por FIIs e favorece ganhos no IFIX
- Bresco Logística (BRCO11) lidera com cinco recomendações e destaque no setor logístico
- Sete fundos empatam em segundo lugar, com Kinea e BTG entre os mais citados
Após meses de tensão com discussões tributárias, o mercado de fundos imobiliários (FIIs) voltou a respirar em outubro. O IFIX encerrou o mês com leve alta de 0,12%, enquanto investidores voltam a buscar ativos de renda passiva diante da perspectiva de cortes na Selic.
Com o cenário mais calmo e o apetite por dividendos crescendo, analistas apontam oportunidades em setores de logística, recebíveis e shoppings. O destaque é o Bresco Logística (BRCO11), o único fundo que recebeu cinco recomendações das principais casas de análise do país.
BRCO11 domina as indicações e segue forte no radar
Segundo levantamento feito a partir das recomendações de BTG Pactual, XP, BB Investimentos, Terra, Itaú BBA, Monte Bravo, Genial e Economatica, o Bresco Logística (BRCO11) se isolou na liderança entre os fundos mais indicados.
Com 12 propriedades de alto padrão e inquilinos de peso como Natura, Mercado Livre, Whirlpool e GPA, o fundo é visto pela XP como uma opção sólida e ainda com valuation atrativo. Mesmo com concentração em quatro locatários que respondem por 56% da receita, analistas ressaltam o alto nível de crédito e a gestão eficiente.
Além disso, o setor logístico continua sendo o mais resiliente dentro dos FIIs, o que reforça a confiança dos investidores institucionais e pessoas físicas. O retorno em setembro foi de 0,66%, segundo os relatórios.
Kinea e BTG aparecem com múltiplos fundos na lista
Logo abaixo do líder, sete fundos ficaram empatados com quatro indicações cada: Kinea Securities (KNSC11), RBR High Grade (RBRR11), Kinea Hedge Fund (KNHF11), BTG Pactual Logística (BTLG11), VBI Prime Properties (PVBI11), XP Malls (XPML11) e TRX Real Estate (TRXF11).
A Kinea manteve sua dominância entre os FIIs de crédito. O KNSC11 entrega um dividend yield de 13,7%, com risco moderado e carteira diversificada por devedor e setor. Já o KNHF11, com patrimônio de R$ 1,9 bilhão, vem sendo indicado como opção equilibrada entre renda e valorização.
O BTG Pactual Logística (BTLG11) também chamou atenção pela qualidade dos galpões em São Paulo e pela gestão ativa. Apesar do retorno modesto de 0,06% em setembro, a exposição ao maior mercado consumidor do país reforça o potencial do fundo.
Shoppings e escritórios voltam a ganhar espaço
Entre os fundos de imóveis corporativos e shoppings, XP Malls (XPML11) e VBI Prime Properties (PVBI11) voltaram ao radar. Nesse sentido, o Itaú BBA destaca o XPML11, com mais de 600 mil cotistas e R$ 6,4 bilhões em patrimônio, pelo portfólio de qualidade, gestão eficiente e alta liquidez.
Ademais, o BTG elogiou o PVBI11 por reunir ativos premium, locatários de alta qualidade e potencial de lucro com a venda de imóveis. Apesar do retorno negativo em setembro (-4,81%), analistas veem valorização no médio prazo.
Encerrando o ranking, o TRX Real Estate (TRXF11) segue em alta após subir 3,56% em setembro. Por fim, o Santander vê no fundo diversificação crescente, contratos longos e locatários como Assaí, GPA e Grupo Mateus. A nova oferta pública deve ampliar o portfólio e reforçar o caixa.