
- Cogna descarta, por ora, fusão com a Yduqs, mas não elimina hipótese no futuro
- Empresa aposta em tecnologia, IA e eficiência para reduzir evasão e custos
- Companhia voltou a pagar dividendos e já avalia recompras de ações
A Cogna Educação (COGN3), maior grupo educacional do Brasil, não descarta uma fusão com a Yduqs (YDUQ3), mas a ideia não está entre as prioridades do momento. Em entrevista à websérie Balanço em Foco, o CEO Roberto Valerio disse que a empresa seguirá atenta a movimentos de M&A, mas com foco em negócios regionais e de menor porte, especialmente diante do cenário de juros elevados.
Criada pela fusão entre Kroton e Anhanguera em 2014, a Cogna tem histórico de aquisições relevantes, mas, segundo Valerio, a estratégia atual é rentabilizar ativos já existentes, avançando em tecnologia e eficiência operacional.
Fusão fora da agenda, mas não descartada
Segundo o executivo, uma eventual união com a Yduqs, ex-Estácio, poderia gerar sinergias importantes, mas o projeto está “fora da mesa”. “Não está na nossa agenda hoje fazer grandes M&As. Faz sentido, mas nossa prioridade é rentabilizar os ativos que a gente tem”, disse Valerio.
Ainda assim, o mercado segue especulando sobre possíveis consolidações no setor de educação, que tem como players listados Cogna, Yduqs e Ânima. Para analistas, fusões poderiam ajudar a reduzir custos, ampliar portfólio e fortalecer presença geográfica.
O CEO reforçou que, por ora, a empresa busca equilíbrio financeiro, aproveitando ganhos de eficiência e investindo em cursos de maior tíquete médio, como medicina e direito, além do fortalecimento dos sistemas de ensino no segmento básico.
Reestruturação e tecnologia
Desde a pandemia, a Cogna vem passando por um processo de reestruturação. A companhia investiu em tecnologia para melhorar eficiência, engajamento e adimplência dos alunos.
O uso de inteligência artificial tem sido um dos pilares dessa estratégia. Ferramentas de dados ajudam a prever evasão e permitem ações rápidas, como o reagendamento de provas quando um aluno falta à P1. Segundo Valerio, isso aumenta o engajamento acadêmico e reduz perdas financeiras.
No ensino básico, a companhia também reformulou sua atuação, substituindo escolas próprias por sistemas de ensino, como o Anglo, o que ampliou a escala e reduziu custos fixos.
Dividendos e recompras
Com a melhora nos resultados, a Cogna voltou a distribuir proventos em 2024. Neste ano, pagou quase R$ 121 milhões em dividendos em maio.
Valerio afirmou que a política de remuneração aos acionistas deve seguir em andamento. Além dos dividendos, a empresa pode avaliar recompras de ações como forma de retorno de valor.
A reversão de prejuízos e o avanço da reestruturação aumentaram a confiança do mercado na capacidade da companhia de se manter sustentável e lucrativa nos próximos trimestres.