Fusão Petz e Cobasi: ações PETZ3 disparam com aprovação do CADE à vista

As ações da Petz (PETZ3) operam em disparada nesta terça-feira (20), após rumores da mídia indicarem que a fusão com a Cobasi será aprovada ainda esta semana pela Superintendência-Geral do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sem qualquer restrição ou exigência de remédios concorrenciais.

Por volta das 10:55, os papéis PETZ3 subiam 5,56% a R$ 4,56.

Segundo o Brazil Journal, o órgão antitruste concluiu que a concentração de mercado após a fusão será considerada baixa, mesmo com a união das duas maiores redes do setor.

Concentração abaixo do radar

A análise do CADE desconsiderou as vendas online e em supermercados — limitando o chamado mercado relevante às lojas físicas especializadas e aplicando o critério de tempo de deslocamento, como é feito para supermercados. Ou seja, considerou concorrentes apenas as lojas localizadas em um raio de 10 a 15 minutos das unidades Petz-Cobasi.

Com esse recorte, a empresa resultante da fusão terá uma concentração média de 28% no cenário nacional.

O número está bem abaixo do patamar de 40% que costuma acionar alertas no CADE.

Ainda assim, em algumas regiões a concentração ultrapassou esse nível, mas foi considerada segura devido à presença de concorrentes locais fortes e à baixa barreira de entrada no setor.

Petlove entra no jogo — mas sem força para barrar

Mesmo com a aprovação iminente, o processo ainda não está encerrado. A Petlove, rival focada em e-commerce e assinaturas, entrou no processo como parte interessada no final de fevereiro e deve apresentar recurso contra a decisão nos próximos dias, o que levaria o caso ao Tribunal do CADE.

A principal crítica da Petlove está na definição do mercado feita pela Petz-Cobasi, que inclui pequenas lojas de bairro na conta.

Para a Petlove, o mercado relevante deveria ser limitado às chamadas big stores — grandes lojas com sortimento amplo, padrão e experiência de compra diferenciada.

No entanto, fontes próximas ao CADE afirmam que a decisão da Superintendência deve prevalecer mesmo no tribunal, já que o caso é considerado “muito simples e técnico, sem margem significativa para controvérsia.”