Gerdau (GGBR4) deve ter lucro pressionado no Brasil, mas EUA salvam resultado do 2T25

• Genial prevê receita líquida de R$ 17,6 bi, com destaque para operação na América do Norte
• Brasil e América do Sul devem pressionar margens da Gerdau no 2T25
• A empresa divulgará o resultado em 31 de julho e pode apontar tendências para o segundo semestre.

A Gerdau (GGBR4) deve apresentar um balanço com contrastes regionais no segundo trimestre de 2025. Segundo relatório da Genial Investimentos, enquanto a operação norte-americana sustenta os números, os negócios no Brasil e na América do Sul enfrentam dificuldades.

Desse modo, a previsão da casa é de uma receita líquida de R$ 17,6 bilhões no trimestre, com a estabilidade nos custos e os preços mais altos nos EUA compensando o desempenho mais fraco nas demais unidades. O resultado oficial será divulgado em 31 de julho, após o fechamento do mercado.

América do Norte segura o jogo

O destaque positivo no balanço da Gerdau deve vir dos Estados Unidos, onde a operação de aços longos continua em alta. A Genial acredita que o ambiente norte-americano ofereceu margens mais robustas, com preços resilientes e custos operacionais controlados. Esses fatores tendem a compensar os pontos de pressão registrados em outras regiões.

Além disso, a demanda por aço nos EUA segue firme, impulsionada por investimentos em infraestrutura e por um ciclo industrial aquecido. Com isso, a unidade americana da Gerdau deve entregar o melhor desempenho entre todas as geografias no segundo trimestre. A valorização do dólar também contribui para fortalecer a receita consolidada da companhia.

Portanto, embora a operação norte-americana represente apenas uma parte do portfólio global, seu bom momento tem sido essencial para suavizar os impactos negativos registrados no mercado latino-americano.

Brasil e América do Sul preocupam

Do outro lado do balanço, os analistas destacam o Brasil como um dos principais focos de atenção. O setor de construção civil, importante consumidor de aço, enfrenta desaceleração no país. Ao mesmo tempo, os custos seguem pressionados, reduzindo as margens da operação nacional.

Ademais, na América do Sul, países como Argentina e Chile passam por momentos de instabilidade econômica, o que limita o volume de vendas e aumenta a volatilidade cambial. Esse cenário complica ainda mais a vida da Gerdau na região, dificultando uma recuperação mais robusta no curto prazo.

Desse modo, mesmo com esforços de reestruturação e busca por eficiência, essas geografias ainda respondem por uma fatia significativa da operação, o que deve refletir em um lucro líquido menos expressivo em relação a trimestres anteriores.

Expectativas para o 2º semestre

Com a divulgação prevista para o fim do mês, o resultado do 2T25 pode funcionar como um termômetro para o desempenho da Gerdau no segundo semestre. Caso o bom momento nos EUA se mantenha, a empresa pode continuar sustentando bons níveis de receita. No entanto, o mercado está atento às movimentações no Brasil e aos sinais de retomada ou estagnação.

Além disso, a Genial reforça que, apesar do cenário interno mais desafiador, a diversificação geográfica da Gerdau continua sendo um trunfo estratégico. Investidores estarão de olho não apenas nos números do trimestre, mas também nas projeções da companhia para o restante do ano.

Por fim, indicadores como Ebitda, volume vendido por região e evolução dos preços serão fundamentais para entender se a pressão atual tende a se dissipar ou se ainda há espaço para novas quedas nos lucros.