Balanço 2T25

Gerdau vive pesadelo no Brasil e só resiste graças aos EUA

Siderúrgica vê margens encolherem no país com avalanche de aço importado, enquanto América do Norte lidera ganhos e já responde por 61% do Ebitda

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A Gerdau (GGBR4) divulgou nesta quarta-feira (31) um balanço trimestral marcado por fortes contrastes regionais. Enquanto os Estados Unidos seguem impulsionando o resultado da siderúrgica, o Brasil aparece como calcanhar de aquiles, com queda nas margens, aumento de custos e perda de competitividade frente à enxurrada de aço importado, especialmente da China.

No segundo trimestre de 2025, o lucro líquido ajustado da companhia caiu 8,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando R$ 864 milhões. O Ebitda ajustado recuou 2,4%, totalizando R$ 2,56 bilhões — número que ficou em linha com as projeções dos analistas, mas evidencia os desafios do mercado interno. A Gerdau teve uma queda de 8,6% no lucro.

Operações no Brasil decepcionam

A situação no Brasil se deteriorou. As importações de aço chinês aumentaram quase três vezes em relação ao primeiro semestre de 2024, afetando severamente os preços e as margens da operação local da Gerdau. Como agravante, a companhia enfrentou custos mais altos com o ramp-up de sua nova linha de bobinas a quente (HRC) em Ouro Branco (MG), impactando diretamente o resultado do trimestre. As operações no Brasil não foram boas.

Embora a Gerdau tenha mantido um nível elevado de produção e venda no país, a combinação entre concorrência desleal, ausência de defesa comercial e inflação de custos reduziu sua rentabilidade. Como consequência, o Brasil perdeu espaço no mix de geração de caixa da empresa, acendendo o alerta para decisões de alocação de capital futuras. A concorrência desleal prejudicou a rentabilidade.

América do Norte salva o trimestre

Em contrapartida, os negócios da Gerdau na América do Norte seguem em ritmo forte. A política tarifária dos EUA continua beneficiando a empresa, ao barrar o aço chinês e permitir preços domésticos mais estáveis e competitivos. O ambiente favorável contribuiu para elevar os volumes e sustentar margens mais robustas. A América do Norte está em um ritmo forte.

O desempenho da região foi tão expressivo que sua participação no Ebitda consolidado subiu de 57% para 61% no trimestre. Em outras palavras, os EUA seguem como o verdadeiro motor de geração de valor da Gerdau — e a tendência é que esse protagonismo cresça nos próximos meses.

Investimentos e sinal amarelo no Brasil

A companhia manteve um ritmo acelerado de investimentos, com R$ 1,6 bilhão aplicados no segundo trimestre e um total de R$ 3 bilhões em 2025 até agora. Os principais projetos estão no Brasil — incluindo a expansão da produção em Ouro Branco e melhorias em logística e mineração.

No entanto, o CEO Gustavo Werneck já admite que pode rever parte desses investimentos se a situação no país continuar desfavorável. A empresa defende medidas de defesa comercial para conter o avanço do aço importado e garantir condições mínimas de concorrência. Sem isso, o Brasil corre o risco de perder relevância na estratégia global da companhia.

Expectativas para o 2º semestre

Apesar do cenário desafiador, analistas enxergam possíveis gatilhos positivos para os resultados futuros. O início da operação da mina Miguel Burnier pode reduzir custos e impulsionar a operação brasileira. Além disso, os reajustes de preços na América do Norte devem continuar sustentando margens elevadas.

Ainda assim, o desequilíbrio entre os mercados preocupa. A Gerdau está diante de uma bifurcação: continuar apostando no Brasil ou acelerar sua reindustrialização concentrada nos EUA, onde há previsibilidade, proteção e maior retorno sobre o capital.

Resumo em 3 pontos

  • Lucro da Gerdau recuou 8,6% no 2T25, com forte impacto da operação brasileira.
  • Nos EUA, tarifas ajudaram a sustentar margens e ampliar participação no Ebitda.
  • Companhia cogita rever investimentos no Brasil se não houver proteção comercial.
Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.