Redução considerável

Gigante brasileira muda planos às pressas após sinal dos EUA; entenda

Com medo de tarifas, gigante brasileira corta produção de celulose e reforça estoques nos EUA.

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  • Medida busca se antecipar ao impacto das tarifas comerciais e proteger margens.
  • Empresa amplia presença local para garantir abastecimento e mitigar riscos logísticos.
  • Incertezas nas relações entre EUA e China colocam exportadoras brasileiras em alerta.

A companhia Suzano (SUZB3) anunciou que vai reduzir em 3,5% a produção de celulose ao longo dos próximos 12 meses. A medida ocorre em meio às tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos e a China, que ameaçam afetar diretamente o fluxo de exportações brasileiras.

Embora as tarifas ainda não tenham sido detalhadas, a Suzano optou por adotar uma postura mais cautelosa. A empresa também ampliou seus estoques nos EUA como estratégia de mitigação, caso o cenário se agrave e as vendas para o país asiático sofram impacto.

Produção recua, mas de forma controlada

A Suzano comunicou que a decisão de cortar parte da produção busca preservar equilíbrio de mercado. A redução programada de 3,5% não deve comprometer os compromissos já firmados com os clientes, segundo fontes próximas à companhia.

Essa medida visa antecipar possíveis distorções de mercado provocadas pelo aumento de barreiras comerciais. Como a celulose é um dos principais produtos de exportação da empresa, qualquer interferência nas rotas tradicionais pode gerar efeitos nos preços e na demanda global.

A empresa reforçou que distribuirá o corte ao longo do ano para evitar choques abruptos na operação. A estratégia pretende ajustar a oferta sem comprometer os níveis de rentabilidade e preservar margens em um momento de incerteza.

Estoques nos EUA crescem em movimento preventivo

Além da redução na produção, a Suzano aumentou significativamente seus estoques nos Estados Unidos. O movimento serve como proteção logística, caso haja obstáculos repentinos ao envio de produtos para a China ou outros mercados relevantes.

Ademais, a ampliação dos estoques nos EUA permitirá maior agilidade na distribuição interna e garantirá presença local mesmo em cenários de interrupção do comércio internacional. Essa prática, segundo analistas, já é comum em empresas que operam em setores sensíveis a flutuações geopolíticas.

Desse modo, a movimentação reforça a leitura de que a Suzano se antecipa ao risco, sinalizando um perfil conservador no atual ambiente global. A empresa não divulgou a quantidade exata de celulose estocada, mas classificou a medida como “preventiva”.

Tensões com China e tarifa de Trump aumentam pressão

A possibilidade de novas tarifas por parte dos EUA contra o Brasil, especialmente em setores ligados ao agronegócio e à indústria de base, elevou o grau de alerta entre as exportadoras. A celulose, embora ainda fora da lista, pode entrar na mira se as negociações diplomáticas fracassarem.

Além disso, a China, principal destino da celulose brasileira, também observa com cautela o avanço das restrições. Como o país mantém forte dependência do produto para abastecer sua indústria de papel e embalagens, qualquer bloqueio logístico pode gerar pressões inflacionárias.

Por fim, diante desse cenário, analistas consideraram prudente a decisão da Suzano. Segundo analistas de mercado, o corte na produção ajuda a manter a disciplina de oferta e reforça a leitura de que a companhia está preparada para enfrentar um cenário mais hostil.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.