Forte oscilação

Gol decola, Azul dispara e Petrobras afunda: manhã turbulenta agita a Bolsa brasileira

Enquanto aéreas surpreendem com altas explosivas, ações da Petrobras ampliam perdas e elevam a tensão entre investidores.

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Gol decola, Azul dispara e Petrobras afunda: manhã turbulenta agita a Bolsa brasileira
  • GOLL4 sobe mais de 20% e AZUL4 avança quase 13% após leilão
  • PETR3 recua 2,15% e PETR4 perde 1,54% com incertezas sobre dividendos e política de preços
  • Ibovespa oscila com pressão sobre blue chips e alívio em setores como varejo e frigoríficos

A quinta-feira começou com forte oscilação nos ativos negociados na B3, em um cenário que mistura otimismo pontual em setores específicos e cautela em grandes empresas.

O destaque da manhã ficou para as ações das companhias aéreas, que dispararam com força logo após a abertura. A Gol (GOLL4) chegou a subir 20,29%, enquanto a Azul (AZUL4) avançou 12,75%, após ambas saírem de leilão — sinal de forte pressão compradora.

Essas valorizações refletem a movimentação de investidores apostando na recuperação das aéreas, especialmente após dias consecutivos de forte alta e especulações de melhorias no ambiente competitivo, possível socorro financeiro e cortes de custos.

Apesar do valor das ações ainda estar em patamares extremamente baixos, o mercado parece precificar a possibilidade de alívio de curto prazo para o setor. Contudo, que enfrentou um começo de ano turbulento com alta do dólar, combustíveis caros e forte endividamento.

Incertezas no mercado

Na contramão, os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) aprofundaram as perdas. As ações ordinárias recuaram 2,15%, enquanto as preferenciais caíram 1,54%. Dessa forma, refletindo incertezas em relação à política de preços da estatal, ruídos sobre dividendos e maior aversão ao risco por parte de estrangeiros, em meio ao enfraquecimento da governança da companhia.

Além da estatal, outras “petros juniores” também começaram o dia no vermelho. PRIO3 caiu 0,75%, RECV3 recuou 0,28% e BRAV3 perdeu 1,24%. A pressão de venda nesses ativos acompanhou a leve baixa do petróleo no mercado internacional e o aumento da volatilidade local.

O índice VXBR, que mede a volatilidade implícita da Bolsa brasileira, subiu 2,34%, aos 16,17 pontos, reforçando o clima de incerteza.

Apesar das quedas expressivas em pesos-pesados como Petrobras e Vale, ontudo, que iniciou o dia com leve baixa de 0,22%, a R$ 54,52 ,o Ibovespa conseguiu manter-se perto da estabilidade na maior parte da manhã. Às 10h48, o principal índice da Bolsa operava em leve alta de 0,19%, aos 138.138 pontos.

O desempenho misto entre os setores manteve o índice sem direção clara. Entre os bancos, o dia começou com ligeiras altas para BBAS3 (+0,24%), BBDC4 (+0,71%) e ITUB4 (+0,45%). Enquanto, o Santander (SANB11) caiu 0,20%. Já as varejistas mostraram bom desempenho, com destaque para MGLU3 (+2,93%), AMER3 (+1,95%) e BHIA3 (+2,99%).

Destaques

Frigoríficos também figuraram entre os destaques positivos. BRFS3 subiu 2,04%, enquanto JBSS3 avançou 1,78% e BEEF3, 1,58%. O setor seguiu beneficiado pela alta nas exportações e pela expectativa de queda nos custos de produção.

A cotação do dólar também impactou os negócios. A primeira parcial da PTAX indicou o dólar comercial sendo comprado a R$ 5,6518 e vendido a R$ 5,6524. Dessa forma, mostrando que a moeda segue pressionada frente ao real.

O cenário da manhã demonstra um mercado dividido entre oportunidades táticas e preocupações estruturais. A forte valorização das aéreas trouxe um alívio para o setor, mas não foi suficiente para neutralizar a pressão sobre gigantes como Petrobras e Vale.

A volatilidade, portanto, tende a continuar. E, os investidores devem redobrar a atenção ao noticiário corporativo e político, que continua a influenciar diretamente os movimentos da Bolsa.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.