
- Ibovespa cai 0,28% e dólar desaba 0,81%, refletindo tensão nos mercados e fluxo de capital estrangeiro
- Gol (GOLL4) dispara 13% após garantir novo financiamento com grupo de credores
- Petroleiras independentes sobem forte, enquanto frigoríficos e varejistas lideram as perdas
A sexta-feira começou com instabilidade no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa operava em queda já nas primeiras horas do pregão, renovando mínimas ao longo da manhã. Às 10h25, o principal índice da Bolsa brasileira recuava 0,28%, aos 134.689,81 pontos, pressionado pela desvalorização de setores como varejo, frigoríficos e grandes bancos.
O ambiente externo também influenciou o pessimismo, com o índice VIX (que mede a volatilidade das bolsas americanas) caindo 6,87%, a 22,91 pontos, refletindo expectativas mistas no exterior.
Operação do dólar
Enquanto isso, o dólar comercial operava em forte queda, atingindo o patamar mais baixo do dia às 10h48, com desvalorização de 0,81%, cotado a R$ 5,630. O movimento reflete fluxos positivos de entrada de capital estrangeiro e uma possível percepção de que o real está descontado, mesmo diante de incertezas fiscais e juros domésticos ainda elevados.
Em meio à maré negativa, a exceção veio de algumas ações específicas, como a Gol (GOLL4), que disparava 13,01% após a empresa aérea garantir um novo financiamento com um grupo de credores.
O anúncio reforçou a percepção de que a companhia conseguirá manter sua operação enquanto reorganiza suas finanças. No mesmo setor, no entanto, AZUL4 recuava 3,40%, mostrando que os investidores analisam os riscos de forma seletiva.
Setor petrolíferos e outros destaques
O setor de petróleo também apresentava bom desempenho. As ações da Petrobras iniciaram o dia com leve alta, mas ao longo da manhã passaram a operar de forma mista: PETR3 recuava 0,03%, enquanto PETR4 subia 0,20%.
As petroleiras independentes, por sua vez, se destacavam com fortes valorizações — PRIO3 avançava 7,48%, RECV3 subia 1,71%, e BRAV3 ganhava 1,67%. O movimento reflete tanto o cenário de preços internacionais do petróleo quanto a expectativa de bons resultados no setor privado.
Entre os destaques negativos, frigoríficos lideravam as perdas. MRFG3 caía 3,58%, JBSS3 recuava 3,02%, BRFS3 perdia 1,76% e BEEF3 registrava queda de 2,37%. A pressão ocorre em meio a preocupações com margens apertadas, exportações instáveis e custos operacionais elevados.
O setor varejista também enfrentava dificuldades. MGLU3 (Magazine Luiza) caía 0,21%, CEAB3 (C&A) perdia 0,69% e AZZA3 recuava 0,91%. Já os bancos operavam no vermelho: BBAS3 recuava 0,38%, BBDC4 caía 0,58%, ITUB4 perdia 0,44% e SANB11 descia 0,81%.
Papéis da Eletrobras também não escapavam do mau humor: ELET3 caía 0,55% e ELET6 recuava 0,29%. A B3 (B3SA3), operadora da Bolsa, perdia 0,82%, enquanto a Embraer (EMBR3) caía 0,79%.
Nova estreia
A grande novidade do dia foi a estreia das ações da Motiva (MOTV3), novo nome da CCR após reestruturação. No primeiro pregão com o novo ticker, os papéis caíam 2,45%, a R$ 13,12, ainda em leilão devido à oscilação.
O mercado, contudo, segue atento a dados econômicos que serão divulgados ao longo do dia, além de sinalizações da política monetária nos Estados Unidos, que podem impactar o apetite por risco global.