
A Gol (GOLL54) informou, na última terça-feira (1°), que sua dívida líquida segue na casa dos R$ 30 bilhões, mesmo após anunciar a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (EUA). A informação consta em relatório enviado ao juízo do “Chapter 11” e é referente ao mês de maio.
Nele, é possível observar uma redução tímida de 0,6% da dívida em relação ao mês anterior, a R$ 30,7 bilhões, enquanto em abril a dívida totaliza R$ 30,9 bilhões.
O relatório ainda dá conta de um prejuízo líquido de R$ 1,42 bilhão em maio, um mês antes da saída do Chapter 11.
O documento, parte das obrigações da empresa junto ao Tribunal de Falências norte-americano, também revelou que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 650 milhões, com uma margem Ebitda de -42%.
Ou seja, para cada R$ 100 gerados em receita, a companhia perdeu R$ 42 na operação — um indicativo do alto custo para manter seus aviões no ar frente à receita modesta.
Apesar do tombo, o presidente da Gol, Celso Ferrer, tem apostado em um discurso de retomada e confiança.
Em junho, ao anunciar a saída formal da reestruturação judicial, Ferrer afirmou que a empresa mira expansão de frota e o lançamento de novos voos e rotas dentro e fora do Brasil, em uma tentativa de reconquistar mercado e competitividade.
Mas a missão não será fácil: a Gol terminou maio com caixa total de R$ 1,87 bilhão — valor importante, mas pequeno diante do montante gigante da dívida líquida, considerando empréstimos, arrendamentos e financiamentos DIP (financiamento de devedor em posse).
A receita líquida registrada no mês foi de R$ 1,54 bilhão, número que mostra algum fôlego comercial, mas ainda longe do necessário para cobrir o rombo financeiro.
Vale destacar que os dados divulgados são preliminares e não auditados, fazendo parte do chamado relatório operacional mensal, um instrumento de transparência exigido pelo processo de reorganização judicial nos EUA.