Alerta ao investidor

Gol (GOLL54) pode diluir 99,8% da sua posição: saiba o que fazer antes da próxima segunda

Prazo final para subscrição acaba no dia 14, e quem não agir corre risco de perder quase tudo; analistas recomendam atenção máxima à estratégia.

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Gol
  • Direito de subscrição da Gol termina na segunda-feira (14); veja como funciona
  • Diluição pode chegar a 99,8% para quem não exercer os direitos
  • Especialistas sugerem venda dos direitos em vez de participar da operação

O investidor que tinha ações da Gol até o dia 11 de junho precisa tomar uma decisão urgente. Isso porque termina na próxima segunda-feira (14) o prazo para exercer os direitos de subscrição, que permitem a compra de novas ações da companhia como forma de manter sua participação na empresa após o aumento de capital.

Desse modo, quem não agir até essa data pode ser diluído em até 99,8%, segundo cálculos do BTG Pactual. Isso significa, na prática, perder quase toda sua fatia na companhia. Nesse sentido, a Gol emitiu trilhões de ações a preços simbólicos como parte de sua reestruturação e, agora, cabe aos acionistas decidir entre comprar mais papéis ou vender os direitos no mercado.

Entenda como funciona o direito de subscrição na prática

No modelo proposto pela Gol, para cada ação antiga (agora com o ticker GOLL54), o acionista tem direito a comprar 2.861 ações novas a R$ 0,01 cada. Por exemplo, quem possuía 1.000 ações tem direito a adquirir 2.861.000 ações. Caso o investidor não exerça nem venda os direitos, verá sua participação cair para quase zero.

Além disso, a negociação envolve códigos diferentes, o que tem gerado confusão. O GOLL2 representa o direito de subscrição imediato. Ao exercer esse direito, o investidor recebe o recibo GOLL10, que será futuramente transformado em ações GOLL54. Já o GOLL80 é outro código da empresa, que representa um direito futuro e não está relacionado ao aumento de capital atual.

Portanto, os recibos de subscrição (GOLL10) podem ser negociados até a conversão, mas os preços costumam variar bastante devido à liquidez reduzida. Especialistas alertam que muitos investidores não estão habituados a esse tipo de operação, o que aumenta o risco de erros ou decisões precipitadas.

Diluição extrema e cenário ainda arriscado mantêm Gol sob pressão

Mesmo após a injeção de R$ 12 bilhões no capital da companhia, a Gol permanece altamente alavancada. A relação entre o valor da empresa e seu Ebitda deve seguir em 5,4 vezes, conforme relatório do BTG. Esse dado preocupa o mercado, que continua cético quanto à recuperação da aérea.

Ademais, Ágora Investimentos e Bradesco BBI mantêm recomendação de venda para a ação. Já XP, Santander, Genial e BB Investimentos suspenderam a cobertura. Para esses analistas, a combinação de alavancagem alta, diluição e operação sensível ao dólar forma um cenário pouco atrativo para o investidor de longo prazo.

Desse modo, a ação GOLL54 já sofreu fortes oscilações nos últimos dias. Na quarta-feira (9), chegou a cair mais de 40%. Além disso, a taxa de aluguel dos papéis atingiu 298%, sinal claro de que o mercado ainda aposta fortemente na desvalorização.

Especialistas recomendam vender os direitos e aguardar cenário mais claro

Diante do cenário instável, analistas como Danielle Lopes (Nord Investimentos) e Alexandre Pletes (Faz Capital) indicam que o melhor é vender os direitos no mercado. Eles explicam que o preço das ações tende a convergir para o valor da subscrição — em torno de R$ 0,01 — já que haverá um excesso de ações sendo ofertadas.

Ademais, segundo Pletes, a pressão vendedora deve aumentar conforme mais investidores realizam a subscrição. Wang, da AZ Quest, também acredita que a liquidez limitada dos ativos recém-emitidos pode gerar distorções e dificultar ganhos no curto prazo. Para ele, é preciso paciência e estratégia, especialmente para quem pretende seguir posicionado na Gol após a reestruturação.

Por fim, a recomendação geral é clara: quem quiser proteger seu capital deve agir até o prazo final. Logo, vender os direitos ainda é uma opção viável, e ignorar a subscrição pode significar a perda quase total da participação na companhia.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.