
- Investidores operam com cautela antes da Super Quarta e Ibovespa fecha quase estável
- GPA despenca mais de 20% após resultado misto, Embraer e petroleiras sobem
- Dólar avança, juros futuros caem e bancos pressionam desempenho do índice
O mercado financeiro brasileiro fechou esta terça-feira (6) em compasso de espera, com os olhos voltados para a aguardada “Super Quarta”, quando o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve, nos Estados Unidos, anunciarão suas decisões sobre as taxas de juros.
Em uma sessão marcada por instabilidade e troca de posições, o Ibovespa avançou apenas 0,02%, encerrando o dia aos 133.515,82 pontos, com ganho simbólico de 51,98 pontos.
Apesar da leve alta no índice, os bastidores do mercado refletiram maior nervosismo. O dólar comercial subiu 0,37%, cotado a R$ 5,710, longe da máxima do dia, enquanto os juros futuros (DIs) caíram em toda a curva, refletindo expectativa de manutenção ou corte da Selic pelo Copom.
Embraer brilha, GPA despenca e petroleiras avançam
Com a temporada de resultados a todo vapor, os balanços das companhias brasileiras tomaram o centro do palco. A Embraer (EMBR3) apresentou números sólidos no primeiro trimestre de 2025.
A ação chegou a oscilar, mas encerrou o pregão com alta de 0,80%, impulsionada pela percepção de que as tarifas impostas por Donald Trump não deverão comprometer significativamente seus negócios.
No extremo oposto, o Grupo Pão de Açúcar (GPA – PCAR3) teve um dos piores dias da sua história recente na bolsa. Após divulgação de um resultado considerado misto no 1T25, a ação despencou impressionantes 20,21%. Analistas apontaram preocupação com mudanças no Conselho da empresa e possíveis alterações em sua estrutura acionária. O recado do mercado foi claro: há mais incertezas do que esperavam.
Outra empresa que sofreu no pregão foi a BB Seguridade (BBSE3), que recuou 7,44%, também após balanço decepcionante.
Mas nem tudo foi queda. O destaque positivo do dia veio das chamadas petro juniores, que surfaram na valorização do petróleo no mercado internacional e nas expectativas de bons resultados no trimestre. Brava (BRAV3) disparou 6,74%, PetroRecôncavo (RECV3) ganhou 4,26%, e PRIO (PRIO3) subiu 4,23%, mostrando apetite dos investidores por empresas menores, porém mais expostas ao ciclo de commodities.
Bancos derrapam e seguram o Ibovespa
Apesar da alta de Petrobras (PETR4), que recuperou 1,65% após a queda anterior, e da Vale (VALE3), que avançou discretamente 0,08%, o índice não conseguiu embalar. O motivo? O desempenho fraco dos bancos.
O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,76%, enquanto o Bradesco (BBDC4) recuou 0,45%. Contudo, o que anulou boa parte da tração dada pelas gigantes do setor de energia e mineração.
Além disso, a agência Fitch rebaixou a nota de crédito da Azul (AZUL4) de “CCC” para “CCC-”, o que adicionou um componente de aversão ao risco no setor aéreo.
Para completar, TIM (TIMS3) liderou os ganhos do dia, enquanto GPA (PCAR3) ficou com o amargo título de maior queda. Dessa forma, reforçando o clima de seletividade que marcou a véspera da Super Quarta.