Mais tensão

Haddad admite colapso no comércio com os EUA e revela humilhação diplomática

Ministro da Fazenda critica tarifaço de Washington, fala em clima “tenso” e expõe cancelamento de reunião por parte dos americanos.

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  • Haddad disse que o comércio entre Brasil e EUA tende a cair ainda mais
  • Os EUA cancelaram a reunião com o secretário do Tesouro americano
  • Ministro critica tarifaço e admite clima diplomático “tenso”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o comércio entre Brasil e Estados Unidos deve encolher ainda mais nos próximos meses. O alerta veio em meio ao tarifaço imposto por Washington, que já comprometeu a corrente de trocas comerciais entre os dois países.

Segundo o ministro, o fluxo atual representa menos da metade do que foi nos anos 1980 e tende a cair ainda mais. Ele também revelou que uma reunião marcada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada unilateralmente pelo governo americano, gesto que reforçou o clima de tensão diplomática.

O tarifaço e o impacto imediato

Haddad enfatizou que o Brasil cumpriu sua parte nas negociações para tentar reverter o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. No entanto, a postura de Washington indica que o cenário comercial deve se deteriorar ainda mais.

Assim, o ministro destacou que a medida americana reduz a competitividade da produção nacional e ameaça setores estratégicos da economia. “Pelo andar dos acontecimentos, infelizmente o comércio bilateral vai cair ainda mais”, disse ele.

Portanto, a avaliação é de que os EUA adotaram uma posição inflexível, e isso fragiliza ainda mais uma relação que já vinha sofrendo retrocessos nos últimos anos.

Cancelamento de reunião e constrangimento diplomático

Haddad também revelou que o cancelamento da reunião com Scott Bessent partiu exclusivamente do lado americano. Segundo ele, o Tesouro dos EUA havia formalizado a convocação para o encontro e, em seguida, voltou atrás sem justificativa clara.

Além disso, o ministro foi questionado sobre se o gesto poderia ser interpretado como uma provocação deliberada. A resposta veio em tom contido: “Eu não posso cometer determinados deslizes porque já é uma situação tensa”.

Desse modo, para Haddad, a postura dos EUA é incomum. Ele afirmou que, mesmo diante de um cenário hostil, jamais deixaria de cumprir um compromisso previamente assumido.

Relação histórica em declínio

O comércio entre Brasil e Estados Unidos já vinha perdendo força há décadas. Atualmente, representa menos da metade do fluxo registrado nos anos 1980. O tarifaço e os recentes episódios diplomáticos acentuam a tendência de queda.

Ademais, especialistas avaliam que o Brasil pode buscar alternativas no mercado asiático e em acordos regionais, mas deve sentir de imediato a perda de espaço no mercado americano.

Por fim, a percepção é de que a relação bilateral atravessa uma das fases mais frágeis dos últimos 40 anos, sem sinais claros de recuperação no curto prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.