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Ibovespa afunda com tarifa de Trump e inflação fora de controle: veja as ações mais afetadas hoje

Mercado opera no vermelho em meio à tensão tarifária entre Brasil e EUA, inflação persistente e ritmo lento da economia doméstica

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Ibovespa afunda com tarifa de Trump e inflação fora de controle: veja as ações mais afetadas hoje

O Ibovespa (IBOV) inicia esta sexta-feira (11) em queda de 0,49%, ainda sob o peso das incertezas com a escalada da guerra tarifaria de Donald Trump. O índice registrava 136.047,24 pontos, às 10:25.

Além da tensão com Trump, os mercados digerem a carta do Banco Central (BC) publicada ontem (10), explicando o descumprimento da meta contínua de inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até junho atingiu 5,35%, acima do teto da meta de 4,5%, o que exigiu explicações formais à Fazenda.

O BC afirmou manter o compromisso com a meta de 3%, mas só prevê que a inflação volte ao intervalo permitido no fim do 1º trimestre de 2026.

Altas e baixas do Ibovespa
AçãoÚltimo PreçoVariação (%)
MRV (MRVE3)R$ 6,03+2,03%
Telefônica Brasil (VIVT3)R$ 32,37+1,16%
Prio (PRIO3)R$ 42,19+0,93%
Brava (BRAA3)R$ 17,88+0,73%
Eneva (ENEV3)R$ 13,36+0,68%
AçãoÚltimo PreçoVariação (%)
Marfrig (MRFG3)R$ 23,08-3,83%
BRF (BRFS3)R$ 22,30-3,04%
Localiza (RENT3)R$ 37,18-2,80%
Magazine Luiza (MGLU3)R$ 8,13-2,52%
Vamos (VAMO3)R$ 3,90-2,50%

Crescimento e inflação

No Boletim Macrofiscal divulgado nesta manhã, o Ministério da Fazenda revisou para baixo sua projeção para o IPCA de 2025, de 5,0% para 4,9%, ainda acima do teto da meta.

Já para o PIB deste ano, a estimativa foi elevada de 2,4% para 2,5%, enquanto a previsão para 2026 caiu de 2,5% para 2,4%. Os ajustes indicam a visão de que, embora a economia avance, há sinais claros de desaceleração e persistência inflacionária.

A leitura foi reforçada com os dados divulgados hoje pelo IBGE: o volume de serviços no Brasil avançou apenas 0,1% em maio ante abril, abaixo da expectativa de 0,2%.

O setor representa cerca de 70% do PIB e é um dos principais termômetros da atividade doméstica. O dado fraco alimenta apostas de que o Banco Central possa voltar a discutir cortes na taxa Selic até o fim do ano.

Commodities e o cenário externo

No exterior, o destaque é o novo recorde histórico do Bitcoin, que ultrapassou a marca dos US$ 118 mil pela primeira vez. A valorização reflete o apetite global por ativos alternativos em meio ao aumento das incertezas geopolíticas e econômicas.

As commodities, por sua vez, registram valorização. O petróleo Brent avançava 0,92%, a US$ 69,27, impulsionado pelas tensões entre Irã e Israel após declarações do ministro da Defesa israelense. Já o minério de ferro subia 1,80% na bolsa de Dalian, cotado a US$ 106,48 por tonelada, apoiando parte do setor de mineração.

Empresas no radar

  • Braskem (BRKM5): A planta de cloro-soda em Alagoas se tornou inviável após o fim da extração de sal-gema e a ausência de clientes na região. A situação complica a negociação de venda da empresa.
  • Neoenergia (NEOE3): A energia injetada cresceu 2,3% no 2T25, sinalizando retomada econômica em parte das regiões atendidas.
  • Méliuz (CASH3): A fintech está prestes a listar suas ações na OTC Markets dos EUA, buscando maior visibilidade como a primeira “Bitcoin Treasury Company” da América Latina.
José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.