Tensão global

Ibovespa afunda e dólar se aproxima de R$ 6 em dia de fortes perdas no mercado

Vale despenca, Petrobras despenca, e Magazine Luiza lidera quedas em um pregão marcado por tensão global e fuga de ativos de risco.

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Ibovespa afunda e dólar se aproxima de R$ 6 em dia de fortes perdas no mercado
  • O índice fechou em baixa de 1,32%, aos 123.931,89 pontos, pressionado por tensões globais, dólar em alta e disparada dos juros futuros
  • VALE3 caiu 5,48% e PETR4 recuou 3,56%, afetadas pela guerra comercial iniciada pelos EUA e queda no preço do petróleo e do minério
  • MGLU3 liderou as perdas após corte de recomendação, Embraer subiu 0,82% e seguradoras avançaram com impulso de análises positivas

O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira (2) em queda de 1,32%, aos 123.931,89 pontos, acumulando uma perda superior a 7 mil pontos em apenas quatro pregões. O índice sofreu nova rodada de desvalorização em meio ao aumento das tensões globais, que elevam a aversão ao risco e pressionam os mercados emergentes.

O tombo de 1.656,20 pontos no dia refletiu uma combinação explosiva: deterioração do cenário internacional. Além da valorização agressiva do dólar e nova escalada nos juros futuros (DIs).

O dólar comercial avançou 1,46%, fechando a R$ 5,997, após ultrapassar R$ 6 na máxima intradiária. No entanto, um patamar que não era testado desde o auge das incertezas pandêmicas.

A escalada cambial acompanhou o movimento global de fortalecimento da moeda americana, impulsionado pelas sinalizações cada vez mais duras dos Estados Unidos em relação à política comercial externa.

Investidores avaliam que os EUA estão promovendo uma “guerra comercial” contra o mundo. Assim, o que aumenta o temor de desaceleração econômica global e impacto direto sobre mercados como o Brasil.

Os juros futuros também subiram em toda a curva, refletindo o nervosismo dos investidores com os efeitos potenciais desse cenário sobre a inflação, o crescimento e a política monetária local.

A combinação de dólar forte, commodities em queda e risco político elevou a tensão nos mercados, desencadeando uma verdadeira “carnificina” nos papéis mais relevantes da Bolsa

Vale e Petrobras lideram perdas

Entre os destaques negativos do pregão, a Vale (VALE3) afundou 5,48%, pressionada pela nova rodada de desvalorização do minério de ferro e pelas perspectivas cada vez mais pessimistas para o setor diante das tensões entre EUA e China. A mineradora foi o principal peso sobre o Ibovespa, ajudando a puxar o índice para baixo.

A Petrobras (PETR4) também sofreu forte impacto, caindo 3,56%, diante da nova baixa do petróleo no mercado internacional. A perspectiva de desaceleração econômica global, somada à guerra tarifária em curso, derruba as expectativas de demanda por energia, afetando diretamente o preço do barril e o desempenho das petroleiras.

Entre os bancos, o cenário também foi de perdas generalizadas. Bradesco (BBDC4) recuou 2,75%, Santander (SANB11) caiu 1,51%, e Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,18%.

Apenas o Itaú Unibanco (ITUB4) conseguiu fechar no azul, ainda que timidamente, com alta de 0,03%. O setor financeiro segue pressionado pelo ambiente de incerteza e pela piora no apetite ao risco.

Magazine Luiza desaba e varejo é duramente atingido

O varejo sofreu um duro golpe, com quedas expressivas em diversos papéis. O destaque negativo ficou, portanto, com Magazine Luiza (MGLU3), que despencou 13,41% após um grande banco rebaixar sua recomendação para as ações da empresa.

A mudança na visão de mercado acentuou a pressão sobre o papel, que já vinha sofrendo com o ambiente macroeconômico desfavorável e as altas taxas de juros.

O setor supermercadista também não escapou ileso. Assaí (ASAI3), um dos papéis mais negociados do dia, tombou 4,24%. O sentimento generalizado de aversão ao risco reduziu o interesse por ativos ligados ao consumo doméstico. Assim, reforçando a correção de preços em diversos papéis.

Apesar da onda negativa, algumas ações conseguiram evitar perdas. Embraer (EMBR3) subiu 0,82%, após a empresa afirmar que os novos impostos propostos pelos EUA não afetam suas projeções para 2025.

Já BB Seguridade (BBSE3) e Caixa Seguridade (CXSE3) avançaram 0,95% e 2,58%, respectivamente. Contudo, beneficiadas por análises positivas divulgadas por uma grande instituição financeira.

No balanço final, PETR4 foi a ação mais negociada do pregão, CPFE3 liderou as altas do dia, enquanto MGLU3 registrou a maior queda. Dessa forma, consolidando o cenário de forte tensão nos mercados brasileiros.

Confira abaixo o resultado das principais ações:

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.