O Ibovespa teve um dia de recuperação na última quinta-feira, 14 de dezembro. Após amargar perdas expressivas na véspera, o principal índice da Bolsa brasileira registrou alta de 0,34%, fechando aos 121.187,91 pontos. Isso representou um ganho de 416,03 pontos, um respiro diante da queda de mais de 3% e da perda de 3,9 mil pontos observada no dia anterior. No entanto, a leve recuperação não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas nas últimas sessões.
Em paralelo, o dólar comercial também apresentou uma retração de 2,32%, fechando o dia cotado a R$ 6,12. Durante o pregão, a moeda americana assustou ao atingir o maior valor nominal da história, alcançando R$ 6,30. Contudo, a máxima do dia não se sustentou e o Banco Central foi obrigado a realizar dois leilões para tentar conter a pressão sobre a moeda. A atuação do BC, que já vinha sendo intensificada nas últimas semanas, busca equilibrar a volatilidade e evitar flutuações abruptas no câmbio.
A curva de juros futuros (DIs) também passou por uma montanha-russa, com as taxas iniciando o dia em alta, superando a marca de 16% em vários vértices. Contudo, essa pressão foi aliviada ao longo da sessão, resultando em quedas expressivas nos juros. O movimento reflete a incerteza sobre as decisões da política monetária e os impactos da taxa básica de juros elevada no crescimento econômico.
Setores e ações em destaque
No cenário corporativo, o alívio no Ibovespa veio principalmente por conta de setores menos volúveis, enquanto grandes empresas enfrentaram desafios. As ações da Vale (VALE3) caíram 1,90%, impulsionadas pela queda do minério de ferro, que continua sendo um dos principais fatores de pressão para a gigante mineradora. Além disso, o petróleo recuou no mercado internacional, afetando diretamente a Petrobras (PETR4), que viu suas ações caírem 0,40%.
Por outro lado, os grandes bancos brasileiros deram sustentação ao índice, com o BB (BBAS3) subindo 0,63%, Itaú Unibanco (ITUB4) avançando 0,55% e Bradesco (BBDC4) mantendo uma alta modesta de 0,09%. O desempenho positivo dos bancos é atribuído ao maior otimismo em relação ao setor, que vem apresentando resiliência diante da volatilidade econômica.
O setor de varejo também se destacou positivamente. Lojas Renner (LREN3) registrou um ganho expressivo de 6,10%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,25%. As ações de empresas do setor de saúde e locação também se destacaram: Hapvida (HAPV3) avançou 8,02%, e Localiza (RENT3) obteve um aumento de 8,75%.
Expectativas e riscos
A quinta-feira foi, portanto, marcada por uma sensação de alívio, mas a instabilidade no cenário econômico ainda persiste. A perspectiva de um último dia útil do ano com movimentação relevante no Congresso Nacional traz incertezas. A Câmara dos Deputados continua discutindo o pacote fiscal, que pode ser aprovado ainda no final de semana. No entanto, o recesso parlamentar previsto para começar na segunda-feira (23) pode trazer uma desaceleração nas discussões econômicas no curto prazo.
Com a continuidade do cenário de volatilidade nos mercados financeiros e a atuação do Banco Central para mitigar a pressão sobre o câmbio e os juros, os investidores devem continuar atentos às movimentações políticas e econômicas no Brasil nos próximos dias.