O Ibovespa iniciou a última semana do ano mantendo a trajetória de queda e pessimismo, com uma baixa de 0,84%, fechando aos 123.560,06 pontos. O recuo de 1.052,16 pontos marca a terceira queda consecutiva do índice, que acumula uma perda superior a 6 mil pontos desde a última quinta-feira (12). Com esse resultado, o principal índice da Bolsa brasileira atingiu seu menor nível desde 26 de junho deste ano, quando o fechamento foi de 122.641,30 pontos.
O dólar comercial também manteve sua trajetória de alta, com um aumento de 0,99%, alcançando R$ 6,09. O Banco Central seguiu tentando controlar a cotação através de leilões, mas sem sucesso, o que reflete a persistente pressão sobre o câmbio. Os juros futuros, por sua vez, subiram para a casa dos 15%, impulsionados pelo recente Boletim Focus, que revisou para cima as previsões da Selic, PIB, inflação e dólar para 2025.
Pacote fiscal em destaque na política
A agenda política também segue com forte influência no mercado, com a expectativa de votação do pacote fiscal e da regulamentação da reforma tributária ainda este ano. Além disso, o Congresso deve aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento de 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou otimismo, enquanto o presidente Lula, afastado por questões de saúde, pediu que as medidas fiscais não fossem “desidratadas”, o que tem gerado uma pressão adicional sobre o mercado.
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Setores em queda e destaque para GPA
O mau humor também afetou as ações de grandes empresas, como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), e os bancos, todos com quedas. A Petrobras recuou 0,42%, em um dia de queda do petróleo internacional, enquanto os bancos amargaram perdas consistentes na casa de 1%, com destaque para o Itaú Unibanco (ITUB4), que perdeu 1,09%. Entre os varejistas, Lojas Renner (LREN3) caiu 2,93% e Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 5,37%, pressionados pelo aumento dos juros futuros e a expectativa de uma Selic mais alta.
No entanto, o GPA (PCAR3) teve um desempenho surpreendente, com alta de 15,61%, após a notícia de que o empresário Nelson Tanure adquiriu 9% da companhia. Embraer (EMBR3) também teve uma leve alta de 0,38%, após o anúncio de que Portugal comprará 12 aviões de combate da empresa.
