
- O Ibovespa reverteu forte queda na metade da tarde e encerrou o dia com alta de 3,12%, aos 127.795,93 pontos
- VALE3 disparou 5,39% com a força do minério, enquanto PETR4 saiu de queda de quase 2% para alta de 4,06%, acompanhando a valorização do petróleo
- Magazine Luiza (MGLU3) subiu 11,28% e GPA (PCAR3) liderou os ganhos com 18,89%, refletindo o otimismo repentino no mercado
A quarta-feira começou com tensão no mercado financeiro, mas terminou com festa na B3. O Ibovespa registrou uma impressionante alta de 3,12%, encerrando o dia aos 127.795,93 pontos, após ter flertado com o desastre na primeira metade do pregão.
O índice chegou a bater a mínima de 122.887,13 pontos, mas engatou forte recuperação a partir da tarde e adicionou 3.864,04 pontos em relação à abertura.
O que parecia ser mais uma derrota se transformou em uma virada digna de final de campeonato. O dólar comercial, que operava em alta durante boa parte do dia, também virou e caiu 2,54%, sendo negociado a R$ 5,845 no encerramento, em sintonia com a melhora da percepção de risco e o fluxo positivo de capital estrangeiro.
Os investidores reagiram a uma combinação de fatores, incluindo a valorização do petróleo no mercado internacional e a performance inesperadamente forte de empresas ligadas a commodities e ao varejo. O volume financeiro negociado atingiu R$ 35,80 bilhões, refletindo a intensidade da movimentação.
Vale e Petrobras disparam com commodities
Dois gigantes puxaram a arrancada do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). A mineradora avançou 5,39%, mostrando resiliência durante a manhã e acelerando no fim do dia.
Já a petroleira protagonizou uma virada radical: caiu quase 2% durante a manhã, mas fechou com alta de 4,06%, acompanhando a forte valorização do barril de petróleo Brent, que saltou no mercado externo com dados positivos sobre estoques e demanda.
Os bancos, que operaram como um pêndulo ao longo da sessão, também reagiram com força nos momentos finais. Bradesco (BBDC4) subiu 3,74%, Itaú (ITUB4) teve desempenho semelhante e Banco do Brasil (BBAS3), que chegou a operar no vermelho, fechou em alta de 0,43%.
O setor financeiro, sensível às oscilações do cenário macroeconômico e político, ajudou a consolidar o movimento de alta no índice.
Além disso, a melhora nas projeções para o crescimento global e a recuperação parcial dos ativos de risco após dias de aversão também deram novo fôlego ao mercado. Operadores apontaram ainda uma atuação pontual de grandes investidores institucionais, que teriam aproveitado os preços deprimidos do início do dia para reforçar suas posições.
Varejo surpreende com saltos expressivos
Se o desempenho das gigantes foi importante, o destaque mais surpreendente veio do setor varejista. Magazine Luiza (MGLU3) avançou impressionantes 11,28%, recuperando quase integralmente as perdas acumuladas no dia anterior.
Lojas Renner (LREN3) também teve forte valorização, com alta de 6,42%, enquanto GPA (PCAR3) roubou a cena ao subir espantosos 18,89%, sendo a maior valorização do dia no Ibovespa.
Essa reviravolta no varejo indica uma reação dos investidores a preços considerados atrativos, combinada com um alívio nas expectativas de juros e inflação, que impactam diretamente o consumo e o custo do crédito. A reversão do dólar também favoreceu o setor, especialmente em relação a importações e margens operacionais.
Ao fim do pregão, nenhuma ação do Ibovespa fechou no negativo. As únicas que não subiram foram Automob (AMOB3) e CPFL (CPFE3), que ficaram estáveis. PETR4 foi o papel mais negociado do dia, enquanto PCAR3 liderou os ganhos percentuais.
A sessão de quarta-feira provou que, no mercado financeiro, tudo pode mudar em questão de minutos. E, no entanto, que até mesmo um dia que se anunciava como trágico pode terminar com uma alta de tirar o fôlego.
Confira abaixo os resultados das principais ações: