Forte pressão

Ibovespa derrete e Azul vale centavos: mercado afunda com varejo e bancos no vermelho

Negativa para a Bolsa brasileira, com destaque para o tombo de AZUL4 abaixo de R$ 1, enquanto varejistas, siderúrgicas e bancos recuam.

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Ibovespa derrete e Azul vale centavos: mercado afunda com varejo e bancos no vermelho
  • AZUL4 cai 5,56% e é negociada a R$ 1,02, abaixo dos R$ 1,04 de GOLL4
  • MGLU3, LREN3, AZZA3, CSNA3 e USIM5 operam com perdas relevantes
  • PETR3 e PRIO3 sobem, oferecendo algum suporte ao índice

A quarta-feira (21) começou com forte pressão de venda na Bolsa brasileira. O Ibovespa abriu em leve queda de 0,06% e, poucos minutos depois, aprofundou a baixa para 0,44%, aos 139.496 pontos.

A instabilidade veio com força de diversos setores, incluindo varejo, siderurgia, grandes bancos e frigoríficos. Um dos destaques mais chocantes do início da sessão foi o mergulho das ações da Azul (AZUL4). Contudo, que recuam mais de 5% e já valem menos que os papéis da Gol (GOLL4), revertendo uma ordem histórica entre as duas companhias.

Estrutura de capital

AZUL4 opera com baixa de 5,56%, cotada a apenas R$ 1,02, superada por GOLL4, que sobe 1,96%, a R$ 1,04. A mudança evidencia o grau de deterioração da confiança do mercado com a Azul, em meio a incertezas sobre estrutura de capital e capacidade de gerar fluxo de caixa sustentável. A diferença entre os papéis, ainda que mínima, é simbólica, considerando que, historicamente, o mercado atribuía maior valor à Azul.

No setor varejista, o início do pregão trouxe quedas generalizadas. A Magazine Luiza (MGLU3) lidera as perdas, com recuo de 2,08%, seguida por Petz (PETZ3), que cai 1,60%. Lojas Renner (LREN3) recua 0,87%, enquanto CEAB3 (C&A), BHIA3 (Casas Bahia), AZZA3 (Azzas) e AMER3 (Americanas) também operam no vermelho, com baixas entre 0,45% e 1,57%.

O movimento ocorre após uma temporada de resultados que, embora tenha surpreendido positivamente no 1º trimestre, ainda não foi suficiente para reduzir a cautela do mercado diante das incertezas macroeconômicas para o segundo semestre de 2025.

As siderúrgicas seguem na mesma direção: CSN (CSNA3) cai 0,77%, Gerdau (GGBR4), -0,64%; Metalúrgica Gerdau (GOAU4), -0,81%; e Usiminas (USIM5), -0,73%. A fraqueza nos preços do minério de ferro e preocupações com a demanda global pressionam o setor, que também enfrenta margens mais apertadas.

Financeiros e petróleo

No setor financeiro, os grandes bancos abrem em queda: Bradesco (BBDC4) recua 0,45%, Itaú Unibanco (ITUB4), -0,60%, e Santander Brasil (SANB11), -1,02%. O Banco do Brasil (BBAS3) segue na contramão, com leve alta de 0,20%. Já a operadora de saúde Hapvida (HAPV3) continua em tendência positiva, subindo 0,70%.

Petroleiras e empresas do setor de energia mostram algum fôlego. As ações da Petrobras sobem: PETR3, +0,38%; PETR4, +0,47%. As chamadas “Petro juniores” também acompanham: PRIO3 avança 1,06%; RECV3, +0,57%; e BRAV3, +0,86%.

Entre os frigoríficos, o cenário é misto. Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) registram altas de 1,19% e 0,29%, respectivamente, enquanto Minerva (BEEF3) cai 1,34% e JBS (JBSS3), -0,60%. As oscilações refletem ajustes após resultados trimestrais e variações cambiais que impactam a exportação de proteínas.

No setor de supermercados, todos os papéis iniciam em baixa: Assaí (ASAI3), -0,71%; Carrefour (CRFB3), -0,35%; Grupo Mateus (GMAT3), -0,63%; e GPA (PCAR3), -0,32%. O segmento sofre com pressão nas margens e concorrência acirrada.

A Eletrobras também apresenta recuo: ELET3 cai 0,33% e ELET6, -0,13%, enquanto a Embraer (EMBR3) desce 0,20%, cotada a R$ 68,64.

No radar dos investidores, seguem as preocupações com juros altos no Brasil, o ritmo da economia chinesa e a tensão geopolítica global. Os dados mistos de empresas e a dificuldade de manutenção de uma tendência clara, no entanto, reforçam o clima de cautela e seletividade entre os investidores.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.