
- Índice cai mais de 1% e volta aos 135 mil pontos, afastando-se da máxima histórica de 140 mil
- Moeda americana sobe para R$ 5,73, com forte alta dos índices de volatilidade
- Varejo e educação lideram perdas, bancos, Vale e Petrobras também pressionam o índice
A sexta-feira começou turbulenta no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa, principal índice da B3, aprofundou as perdas e chegou a cair mais de 1,4%, recuando aos 135 mil pontos, bem distante da máxima histórica de 140 mil alcançada na última terça-feira.
O movimento de baixa foi puxado por quedas expressivas nas ações de grandes bancos, empresas de varejo e companhias do setor educacional. Ao mesmo tempo, o dólar comercial disparou, ultrapassando os R$ 5,73, e os índices de volatilidade explodiram tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
O cenário de aversão ao risco tem múltiplas causas: investidores reagem a dados mistos da economia americana, ruídos políticos internos e pressões sobre o câmbio. Analistas também apontam que o movimento reflete uma realização de lucros após a forte valorização recente da Bolsa.
Varejo e educação afundam até 6%
O setor de varejo foi um dos mais castigados no pregão. Ações como Magazine Luiza (MGLU3) e Petz (PETZ3) desabaram 5,17% e 2,94%, respectivamente. Outras varejistas, como Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3), também registraram fortes quedas. O pessimismo se estendeu às companhias de educação, que chegaram a recuar 4% no início do dia. Ainda, refletindo temores sobre “cortes orçamentários e menor demanda por financiamento estudantil”.
Analistas veem o movimento como um reflexo direto do encarecimento do crédito e da elevação dos juros futuros. Contudo, que voltaram a oscilar de forma intensa nesta manhã. Com a possibilidade de aperto monetário mais longo, as empresas, no entanto, dependentes de consumo interno e financiamento ficam mais vulneráveis.
Grandes bancos, Petrobras e Vale pesam
Os papéis dos principais bancos brasileiros também iniciaram o dia no vermelho. Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) caíram mais de 2%, acompanhados pelo Banco do Brasil (BBAS3), que perdeu 1,08%. A retração do setor financeiro contribuiu decisivamente para o recuo do Ibovespa.
Gigantes como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) também oscilaram negativamente na abertura. Vale chegou a cair 0,48% e Petrobras recuava cerca de 0,77% no início do pregão, pressionadas por quedas nos preços internacionais do minério e do petróleo, além de cautela com a política de preços da estatal. No entanto, Vale conseguiu virar para o positivo no decorrer da manhã, exibindo leve alta de 0,04% após uma sequência de ajustes.
Enquanto isso, a JBS (JBSS3) teve destaque positivo. Suas ações foram suspensas no início da sessão devido à iminência de um fato relevante. Mas, abriram com alta de quase 2%, impulsionadas por expectativas de novos anúncios estratégicos.
Dólar dispara e índices de volatilidade sobem
O câmbio foi outro foco de tensão. O dólar comercial, portanto, disparou 1,23%, sendo cotado a R$ 5,731, contudo, o maior patamar desde o início do ano. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,745.
O avanço do dólar reflete a busca por proteção em meio a um cenário instável. Este, marcado por incertezas no ambiente fiscal doméstico e sinais conflitantes sobre os juros nos EUA.
O VIX, conhecido como “índice do medo” nos Estados Unidos, subiu mais de 15% e atingiu os 23,34 pontos, indicando forte elevação da aversão ao risco nos mercados globais. O VXBR, que mede a volatilidade no Brasil, também saltou, avançando 4,84% e sinalizando um dia de tensão e imprevisibilidade.
Para os investidores, o sinal de alerta está aceso. Com o Ibovespa se afastando da máxima histórica. E, além disso, o dólar voltando a testar novos topos, o clima é de cautela.
As próximas sessões devem continuar voláteis, à medida que os mercados tentam digerir os choques recentes e antecipar os próximos passos da política econômica e monetária no Brasil e no exterior.