
- Ibovespa sobe aos 134,8 mil pontos com impulso externo e alta dos grandes bancos
- Acordo entre Trump e Japão anima Wall Street; investidores esperam balanços de Alphabet e Tesla
- WEGE3 recua mais de 4% mesmo com lucro recorde; PETR4 e bancos sustentam a Bolsa
O Ibovespa iniciou esta quarta-feira (23) em alta, alcançando os 134,8 mil pontos com suporte do exterior, da Petrobras e dos grandes bancos. Assim, a recuperação do mercado global, puxada por um novo acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, reforçou o apetite por risco dos investidores.
Nesse sentido, o otimismo em Wall Street contagiou a Bolsa brasileira. Além disso, Donald Trump anunciou que o Japão investirá US$ 550 bilhões nos EUA, em um pacto que inclui abertura de mercado agrícola e tarifas recíprocas. Logo, o impacto foi imediato nos índices futuros americanos, com o Dow Jones subindo 0,6% e o S&P 500 renovando o 11º recorde de 2025.
Trump pressiona Fed e anima os mercados
Além do acordo com o Japão, Trump voltou a pressionar o Federal Reserve. O presidente americano criticou Jerome Powell, presidente do Fed, e cobrou novos cortes nos juros. Segundo ele, as taxas deveriam cair três pontos percentuais, o que geraria uma economia de US$ 1 trilhão por ano.
Ademais, a declaração, feita por meio de sua rede social, elevou as apostas de que o banco central americano será forçado a flexibilizar a política monetária. Essa expectativa ajuda a explicar a valorização dos ativos de risco, com bolsas subindo tanto nos EUA quanto em mercados emergentes, como o Brasil.
Com isso, o dólar comercial opera instável, oscilando na casa de R$ 5,56, enquanto os juros futuros têm comportamento misto, refletindo o compasso de espera em relação à política monetária local.
Bancos e Petrobras impulsionam o Ibovespa
Na B3, o movimento de alta é liderado por ações dos grandes bancos. Às 10h37, BBDC4 subia 0,96%, BBAS3 avançava 0,60%, ITUB4 ganhava 0,57% e SANB11 crescia 0,30%. Esse desempenho reforça a rotação de investidores para papéis ligados à economia doméstica e empresas sólidas pagadoras de dividendos.
Além disso, a Petrobras (PETR4) também se destaca. Analistas da XP projetam lucro de US$ 4,8 bilhões para o segundo trimestre e dividendos de US$ 2,2 bilhões, o que renova as expectativas positivas com a estatal. O papel sobe com força, em linha com a leve recuperação do petróleo e a expectativa por números robustos no balanço.
Desse modo, o avanço do Ibovespa ocorre mesmo com algumas quedas pontuais no índice. Apenas oito ações recuavam até o último update, com destaque negativo para WEGE3 (-4,43%) e BRFS3 (-1,76%).
WEGE3 despenca mesmo com lucro recorde
Um dos destaques negativos da manhã é a WEG (WEGE3). A companhia divulgou lucro de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre, alta de 10,4% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar dos números fortes, o papel recua mais de 4% no pregão.
Ademais, segundo analistas, o recuo pode ser explicado por uma combinação de realização de lucros e expectativas elevadas demais por parte do mercado. Ainda assim, o resultado confirma a solidez da companhia e sua capacidade de entregar crescimento mesmo em ambientes desafiadores.
O papel, no entanto, vinha de forte valorização nos últimos meses, o que amplia a sensibilidade a qualquer sinal de desaceleração nos indicadores ou mudanças na margem operacional.
Por fim, a leitura é que, apesar da queda momentânea, a WEG continua sendo um ativo defensivo e estratégico para investidores de longo prazo. Porém, no curto prazo, a volatilidade pode persistir.